São pouquíssimos os momentos no cinema em que alguém conseguem “tirar leite de pedra”, quando isso acontece é preciso louvar (“louvar” talvez seja um pouco de exagero, mas ficamos pelo menos com algumas palmas) e Eu te Amo, Cara se apóia exatamente nisso, em tentar re-imaginar uma das fórmulas mais cretinas do cinema mundial.
O filme é um exemplar mais que assumido de umas daquelas comédias românticas com reviravolta e “eu te amo” na frente de uma multidão, só que tratando, do jeito mais cínico possível, do relacionamento de dois amigos, um prestes a se casar mas sem amigos para chamar de padrinho e o outro, bom o outro faz parte da estrutura demais para ser comentado, perigando até estragar uma ou outra surpresa.
É lógico que Eu te Amo, Cara não é nada tão extraordinário, se mostra quase desesperado por qualquer tipo de piada com conotação sexual e tem uma estrutura mais manjada que novela das oito, mas mesmo assim vale ser visto por essa inversão, que ainda se dá nos papeis principais, com a dupla de atores praticamente fazendo os personagens menos recomendados para eles. O filme ainda vale o ingresso pela ótima participação de Jon Favreau em mais umas daquelas pontas em que ele rouba a cena (e nas quais vem se especializando em fazer nos últimos tempos).
Um ótimo passatempo, que com certeza, vai arrancar a quantidade necessária de risadas para te fazer achar que o filme vale a pena ser visto.
I Love You, Man (EUA 2009) escrito por Larry Levin e Jon Hamburg, dirigido por Jon Hamburg, com Paul Judd, Rashida Jones, Jon Favreau e Jason Segel.