A Fronteiro Filme

(A) Fronteira | Só mais do mesmo

Acho que provavelmente os maiores destruidores do terror no cinema sejam os prórios fãs do gênero, que se esbaldam em produções meia-bocas e fazem questão de não trazer nada de novo para o próprio gênero. A Fronteira é um exemplo desses, não só por apresentar um trama cuspida e escarrada do clássico Massacre da Serra Elétrica, mas também por tentar se segurar sobre um direção que pensa estar fazendo algo inovador (lei-se câmera mexida e edição à jato), mas que que no final é muito mais do mesmo.

Na história, um grupo de ladrões (ou terroristas, ou sei-lá-o-ques) tentam fugir de uma frança tomada pelo caos (não me perguntem por que) e dão de cara com uma família nazista canibal. Além de enrolar no começo e não desenvolver nada enquanto se arrasta para o começo da ação, o diretor francês Xavier Gens (que logo depois estrou em Hollywood com Hitman) ainda se perde em momentos demorados sem acontecer nada, quase anti-climáticos.

E é ai que os fãs fazem seu pior papel ao celebrarem filmes como esse, que não só, deixam de apresentar nada novo, como repetem tudo que vem virando clichê de um novo terror europeu: protagonistas recobertos de sangue, feses, terra (ou qualquer outra sujeira possível), uma sobrevivente que não faz outra coisa a não ser gritar, espernear, tremer e andar se arrastando, muitos jatos de sangue espirrando pelas paredes, mutilações em close e um fim desesperançoso.

Tudo bem que Hollywood não vem mais fazendo filmes de terror com qualidade no mínimo aceitável, mas não é por isso que só por que seus personagens não falam inglês que o filme merecer ser visto. A Fronteira não merece.


Frontiere(s) ( Fra/Sui, 2007) escrito e dirigido por Xavier Gens, com Karina Testa, Aurélien Wiik, Samuel Le Bihan, Jean-Pierre Jorris


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