As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Caspian já parte de uma vantagem em relação ao primeiro filme da série: seria quase impossível que fosse pior que ele. E em relação a isso não é mesmo, mas ainda assim acaba tendo muito mais defeitos que virtudes. Mas essa sequencia, sem sombra de dúvida, é um baita evolução em todos sentidos.
Já de cara, com uma história que cria mais interesse (talvez mais adulta), que mexe com tudo que foi visto no primeiro, o que logo chamará a atenção daqueles que não gostaram do anterior. O Príncipe Caspian não é uma história simples do bem contra o mal, mas sim algo que corre em torno das mudanças da vida, do abandono da inocência, e do pontapé da realidade.
Anos se passaram desde que os quatro irmãos voltaram de Narnia, na Inglaterra nada nem perto da emoção que passaram na vida que tiveram naquela terra encantada. Só que por lá séculos se passaram, e toda harmonia que os quatro reis deixaram para trás não existe mais, todas criaturas mitológicas agora se encondem sobre um véu de lendas, escondidas nas florestas escuras, enquanto uma raça de humanos reina soberana sobre toda terra.
Mesmo com todas possibilidades, o filme cai na armadilha de querer fazer um enlatado qualquer, em que as crianças voltam para Narnia para salvar o mundo dos humanos malvados, como se trouxessem de novo a mágica para aquelas criaturas que estavam sendo tomadas por uma realidade sombria. A não ser pelo pequeno urso que já não fala, e até ataca uma das crianças, todo esse paralelo é quase esquecido o resto do tempo deixando assim que o filme se torna apenas uma grande preparação para uma grande batalha. Um filme de ação, que não pisa fundo nem no terreno do infantil e muito menos no adulto, acabando sem sustentação e capenga.
Andrew Adamson, que volta a cadeira de diretor, pelo menos faz uma trabalho muito mais conciso, com cenas muito mais estruturadas e até se aventura em uma ou outra tomada mais visual, em alguns ângulos mais criativos e uma câmera que se movimenta bem melhor que no primeiro, mas ainda assim tem um trabalho abaixo da média. Talvez pelo excesso de sequencias em slow motion, sem objetivo narrativo e muito menos estético, ou pela aparente obrigatoriedade de minimizar a selvageria das batalhas para o público mais jovem, criando sequencias frias e pouco emocionantes.
E aí reside outro defeito do filme, em nenhum momento se tem a impressão de tensão, o desespero da batalha nunca chega ao espectador, que se mantém afastado demais de toda ação. Principalmente com os vários momentos em que algum personagem parece irromper em um último ataque suicida, obviamente em slow-motion, que mudará toda a batalha, minimizando todo drama da situação, já que todo esforço se repete em seguida. Uma montagem um pouco lenta demais ainda parece não deixar o filme decolar, mesmo com algumas viradas que a história se permite ter.
Há ainda uma clara melhora dos efeitos visuais, que com menos tempo do leão Aslam em cena, sobra dinheiro para os centauros e outras criaturas visualmente mal-tratadas no episodio anterior, serem recauchutados. A direção de arte só peca em criar uma nova Narnia muito artificial, que não dialoga com a fantasia mas também não tenta ser sombria e suja (como a idade média que serviu de clara inspiração foi), se estabilizando em um meio termo sem apelo.
Essa segunda Crônica de Narnia ainda tem um problema grande ao jogar nas costas do desconhecido Ben Barnes o principado do título e ainda por cima o colocando para contracenar com bichinho falantes muito melhor animados que ele. É uma verdadeira covardia o diálogo entre ele e o texugo falante, esse muito mais competente e com muito mais emoção que o ator, apático e sem expressão. Talvez uma inversão de papeis até fisesse juz para falar a verdade.
The Chonicles of Narnia: Prince caspian (EUA/RU,2008) escrito por Andrew Christopher Markus e Stephen McFeely, do livro de C. S. Lewis, dirigido por Andrew Adamson, com Peter Dinklage, Warwick davis, Sergio castellito, e Ben Barnes
5 Comentários. Deixe novo
[…] que nos últimos anos tenha conseguido abrir espaço na agenda para ser a voz do leão Aslan nas Crônicas de Nárnia ou um outro tipo de Deus, na verdade o próprio Zeus, no remake de Fúria de Titãs, seu sucesso […]
[…] Nesse mundo medieval como tantos outros e que jogadores de RPG estão cansados de habitar, Gregori (Jeff Bridges) é um “caça-feitiço”, uma espécie de “caça-fantasmas” que fica perambulando pelas pequenas cidades e sempre que houve um sino bater em uma delas, sai correndo para enfrentar algum tipo de demônio, mostro ou ex-namorada (e sim, isso foi um spoiler). Em meio a isso, o velho guerreiro descobre que uma antiga e poderosa bruxa, Mãe Merkin (Julianne Moore), está de volta, e para ajudá-lo a enfrentá-la é obrigado a buscar um novo aprendiz, Tom Ward (Ben Barnes, que já viu uma franquia naufragar enquanto era o próprio Príncepe Caspian). […]
[…] tempos e voltam a se encontrar no casamento do filho adotado, Alejandro (Ben Barnes, que viveu o Príncipe Caspian em Nárnia), o problema é que De Niro agora está junto de Susan Sarandon, ex-melhor amiga dela. […]
acxho que no livro explica bem cada momento , o filme ficou meio as russas! é so ler o livro que vai entender bastante (e vera que n a nada de ”monotono” nas batalhas)
o urso não fala, isso tem uma explicação é que depois de tanto tempo de batalha em narnia alguns animais pararam de falar por traumas de tanta guerra e isso é dito logo quando lúcia pergunta para o anão, pq o urso não fala ? ai ele diz pq !!!