As Linhas da Minha Mão | Protagonista salva o filme

Documentário experimental que se passa em sete atos (que sequer nos lembramos de contar), As Linhas da Minha Mão, do diretor João Dumans, filma um porto seguro na figura da atriz Viviane de Cassia Ferreira e seus problemas psíquicos, mas no meio das gravações João encontra ouro nos depoimentos de Viviane. Faz lembrar um trabalho de dois anos atrás na Mostra Chinesa chamado Tudo ou Nada, de Hao Zhou, onde o diretor encontrou duas pessoas traumatizadas e tenta entender como elas vivem. Há o risco de dar tudo errado. O risco de João e Vivi é muito semelhante.

Porém, o experimento dá certo.

O público se identifica com Viviane porque ela “solucionou” a questão de viver sendo julgada quando não está sob o efeitos dos remédios destruidores de personalidade de quem possui complexos que desafiam nossa noção de normal. É um filme sobre superação de ser quem somos. Por isso João começa o filme questionando sua cobaia em como ela se coloca sob os dilemas de Nietzsche, o filósofo que levanta a bandeira do “resolva a si mesmo”.

O filme é simples e direto e cabe ao espectador embarcar nas racionalizações da protagonista. Felizmente o projeto tem a vantagem de ter escolhido a protagonista que torna essa experiência um sucesso.


“As Linhas da Minha Mão” (Minas Gerais/Br, 2023); dirigido por João Dumans


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