Awake – A Vida Por um Fio, além do subtítulo desnecessário, sofre de um problema constante que vem atingindo uma parcela muito grande da industrial do cinema: não saber o material que tem em mãos e acabar, quase sempre, jogando fora uma história bacana. Uma produção boa, ou cheia de dinheiro, consegue fazer uma historia medíocre ter seu retorno nas bilheterias, ganhar sequencias etc. e tal, já o contrário é quase impossível, um material bom nas mãos erradas é quase sempre destruído, seja por uma direção que não se encaixa ou até uma aposta errônea por parte dos estúdios. É esse conjunto de fatores que destrói Awake.
A história do bilionário de Nova York que durante um transplante de coração, no qual, surpreendentemente fica acordado o tempo todo e acaba se descobrindo no meio de um golpe, onde o alvo é ele mesmo, já funcionaria por sí só. Travado na cama de cirurgia, só sobraria ao paciente contar com a sorte para se salvar, e só a possibilidade de ser operado e a anestesia não funcionar completamente já criaria o desespero suficiente para o filme andar sozinho. A tal trama que envolve o paciente é o que atrapalha, pois cria uma dependência exterior à sala de cirurgia para o filme funcionar, mas que no final só faz mal.
Além de escutar a cirurgia, ou melhor, sair do corpo e passear por qualquer lugar do tempo espaço que ele desejar, isso se torna uma enrolação sem tamanho, além de no final ainda possibilitar uma verdadeira conversa direto do além, quase cômica. Enquanto você está na mesa de cirurgia com o personagem, escutando o ambiente e se desesperando com a incisões em seu peito, todo terror da situação faz o filme crescer, é só ele virar um fantasminha que tudo vai para o lixo.
E é como fantasminha, que ele descobre uma trama tão quadrada, que seria quase impossivel de dar certo, sendo mais incrível tudo descer para ele como um certeza incrível, um verdade universal que em nenhum momento o deixa desconfia de estar dentro de um sonho, ou um devaneio causado pelo peito aberto. Como se tais viagens astrais fossem corriqueiras para o personagem.
A situação piora pois o diretor Joby Harold, que também escreveu o roteiro, por puro falta de habilidade narrativa (ou até por alguma imposição do estudio) corta qualquer fator “aberto” do filme, tudo é preto no branco, seus personagens são bons ou maus, estão envolvidos ou não, as situações aconteceram ou não, sejam no passado ou no presente, deixando com isso, pouco espaço para o espectador se divertir pensando no que esta vendo.
Mas o que fica mais claro é o esforço da edição em acelerar o filme em seu terceiro ato. É só a trama ganhar nomes e caminhar para o seu fim que tudo parece correr desesperadoramente na tela. Toda calmaria do começo do filme, que até aquele ponto parecia não dizer para o que tinha vindo, se esvai em uma pressa mais sem sentido ainda. Agiliza tudo, mas esquece de combinar com com o resto do filme essa mudança de andamento.
Awake parece se preocupar em contar uma história envolvente cheia de reviravoltas e acaba se esquecendo que sem ela o filme funcionaria perfeitamente. Erra ao dar prioridade para o suspense, quando o terror da situação já pregaria todo o cinema nas cadeiras.
Awake (EUA, 2007) escrito e dirigido por Joby Harold, com Hayden Christensen, Jessica Alba, Terence Howard e Lena Olin
7 Comentários. Deixe novo
[…] solo do Bumblebee, e Joby Harold, que tem uma filmografia que mais parece uma ficha criminal, com Awake: A Vida por um Fio, Rei Arthur: A Lenda da Espada e Army of the Dead. Não que isso aponte culpados, mas talvez dê […]
Oi Chris, valeu pelos toques, já fui lá na crítica e corrigi os erros de ortografia. E sobre a crítica… relaxa que é assim mesmo, tem gente que não gosta e tem gente que gosta. Sobre a Jessica Alba, acho que você está confundindo a atriz com a personagem. De qualquer jeito, muito obrigado pelo comentário e volte sempre com mais comentários, Chris!
O filme é bom sim. Isso porque ele é um suspense policial e não um filme gore. Se fosse pra ser gore lógico seria horrível, porque tem poucas cenas de sangue e corte, agora como trama policial é bem elaborado.
Ainda mais quando você assiste de novo, você percebe as pistas jogadas no ar, para dar a entender que tem alguma coisa errada por trás, mas até a trama se revelar, você sabe que tem, mas não sabe o que é ou qual fator.
Enquanto aos “Maria vai com as outras” eu aconselho vocês verem o filme com seus próprios olhos e ai sim darem uma opinião formada sobre o mesmo.
Uma crítica com erros de português, que só vê o filme de forma obsoleta, como se fosse um cavalo com antolhos nos olhos é que estraga esse e outros bons filmes e não tal diretor/roteirista/ator/produtor/etc que você particularmente gosta ou deixa de gostar.
Spoiler: pra quem odeia a Jessica Alba, aí sim que eu recomendo mesmo assistir. Pois no final ela tem o que merece. E mostra que se a justiça do homem falha, a justiça cósmica, a justiça do destino não. Como aquele velho ditado: Deus escreve certo por linhas tortas.
“mals” ??? KKKKK
O filme é ótimo! vale a pena vê-lo.
Esse filme é ruim demais, além de ter aquela coisinha ruim da Jessica Alba…
opa, mais um filme que não perderei meu tempo assistindo.. xD
abraços cara..