Não tem como não achar curioso, e irônico, a Pixar comemorar esse ano duas décadas e meia desde que aquele primeiro curta onde o pequeno abajurzinho (que virou seu símbolo) Luxo Jr. brincava com uma bola. Curioso e irônico, por que vinte e cinco anos atrás quem dirigia essa animação era justamente o mesmo John Lasseter que agora aparece à frente de Carros 2 (e que se tornou supervisor de animação de toda Disney nesse meio tempo). Curioso e irônico por que, depois de onze filmes que, os que não são pequenas obras de arte são, no mínimo, extraordinários, apague essas velinhas justamente com seu primeiro desastre.
Talvez, o primeiro Carros já não fosse um baita material, talvez Lasseter tenha feito as escolhas erradas do rumo para onde essa sequência poderia tomar, ou simplesmente fosse inexorável que isso acontecesse algum dia. Bem verdade, não importa e nem coloca em xeque a Pixar (agora dentro da Disney), ascende sinal de alerta ou coisa do tipo, “Carros 2” é apenas um escorregão, e deve ser esquecido como tal.
Nele, tudo já começa errado quando Lasseter decide por colocar o chato, infantil e pouco simpático Mate no centro de sua trama e não o carro de corrida Relâmpago McQueen (que se transforma em um coadjuvante de luxo dentro de um filme que era para ser seu). É Mate quem acaba sendo confundido com um agente secreto americano e vive uma série de aventuras em companhia de uma dupla de carros agentes britânicos.
Nesse meio tempo, McQueen serve de desculpa para que Mate vá com ele ao Japão para a primeira corrida de um Gran Prix Mundial patrocinado por um milionário inventor de um combustível ecologicamente correto que promete ser um futuro limpo para o mundo. Na verdade, é essa corrida que os vilões pretendem sabotar e provar que o combustível fóssil ainda é o melhor a ser usado. Resumindo: Lasseter dá um tiro no pé, mas o faz com a consciência limpa, literalmente.
Ao mesmo tempo em que Carros 2 sai de Radiator Springs para ganhar o mundo, não consegue manter o pouco que fez do primeiro filme interessante, já que ele nunca foi lá essas coisas. Ao invés de apostar na simpatia desses carros falantes, dessa personalidade que cada um se permite ter e dessa história de superação onde McQueen precisa encontrar-se antes de voltar a fazer sucesso (a velha história da volta por cima, mas que nunca sai de moda), Lasseter agora resolve promover um filme de ação e espionagem, com explosões, um vilão misterioso, um outro com um monóculo, um monte de capangas para serem derrotados e cenários para serem visitados. O que dá uma oportunidade ótima para um visual interessante e cheio de referências, mas sem nada o que mostrar em termos narrativos.
Pior ainda, Carros 2 faz tudo isso em um piloto automático irritante e devagar, que não parece ter a mínima vontade de surpreender em nenhum momento sequer. McQueen e Mate se desentendem, o segundo (e caipira em uma cidade grande) se mete nessa aventura e no final volta para salvar o amigo, que se arrependeu da briga, assim, mesmo sem nada de novo. Nesse meio tempo Lasseter só consegue fazer duas montagens para mostrar a passagem de tempo, mais uma dupla de sequências de corridas, um punhado de diálogos repetitivos (e sem assunto para expor) e um jeito esquisito de não se incomodar de ser apenas um filme infantil cheio de carros falantes e perseguições.
Esse último defeito fica mais estranho ainda se levado em conta o “modus operandi” da própria Pixar, sempre inquieta e a procura desse distanciamento de ser “simplesmente qualquer coisa que seja”. Filme atrás de filme, Lasseter e seus companheiros sempre pareciam mais e mais a em busca desse meio termo equilibrado entre o infantil e o adulto, que fazia os menorzinhos se deliciarem com essas fantasias e os maiorzinhos se apaixonarem por essas histórias e se comoverem com esses personagens. Carros 2 é apenas colorido, cheio de ação e com um final à la Scooby Doo com “se não fosse esse carro guincho eu teria conseguido!” e, mais, com esse vilão desmascarado sendo precedido de um flashback para mostrar as pistas.
Decisões rasteiras e sem força para quem fez um monte de gente chorar com os emocionantes primeiro momentos UP – Altas Aventuras, presenciou o balé mágico do robozinho Wall-E pelo espaço e se apaixonou pelos três deliciosamente lúdicos Toy Storys. Momentos mágicos que fizeram a Pixar regular seus filmes pelo alto e já deixou que o primeiro “Carros” fosse apenas um passatempo divertidinho, mas não perdoa Carros 2, que nem ao menos tente seguir seus passos.
Se Steven Spielberg fez 1941 e Scorsese New York, New York, Lasseter e a Pixar acabam então sendo culpados por Carros 2, resta então esperar que na sequência venha algo como Caçadores da Arca Perdida e Touro Indomável, coisa que a empresa da luminariazinha vem provando conseguir fazer nesses vinte e cinco anos de vida.
Cars 2 (EUA, 2011), escrito po Ben Queen, Lohn Lasseter, Brad Lewis e Dan Fogelman, dirigido por John Lasseter em parceria com Brad Lewis e no original com vozes de Larry the Cable Guy, Owen Wilson, Michael Caine, Emily Mortimer, Eddie Izzard e John Torturro .
Trailer do Filme Carros 2
4 Comentários. Deixe novo
Horrivel muitooh ruim mais néh tem gosto pra tudo nesse mundooh mais não é bom …..Até meus priminhooh pequeno não gostaram sóh o meu primo retardadooh msm kkkkk o unico tbm bjs …
Carros 2 é o único desastre da Pixar em sua história, e isso é algo impressionante, o que não muda nada nela, nem nas crianças que gostaram do filme, nem nos jovens que não gostam de nada… crítica do público não e crítica, é opinião, crítica tem que ter fundamento especializado…
absurdo os comemtarios sobre ese filme até parece que a pixa nunca foi digna de um desastre e tambem no que tem os criticos de animação falrem tão mal si todas as crianças adoraram o que vale é a critica do publico e não de criticos baixos que nõ tem um pingo de entendimento infantil e eses adolecentes que falam que nao gostaram eles diviam criar vergonha na cara e parar de acabar com os sonhos das crianças site de criticos baixo
fui ver com meu primo lembrando fui obrigada pq ele fez um escandulo no shopping não gostei mas meu primo adorou é emgraçado mas eu odeio esse filme foi um tedio