Covil de Ladrões 2 | Uma roubada

Não se engane, talvez você não tenha visto o primeiro Covil de Ladrões, mas ele é divertido e ainda vale a penas procurá-lo caso você goste daquele tipo de ação policial onde policiais e bandidos não estão em lugares muito diferentes. A ideia dele é boa, o elenco funciona, as cenas de ação são diferentes e a surpresa final realmente vai te pegar. Dito isso, não crie muitas expectativas para encarar Covil de Ladrões 2.

E realmente isso se torna um problema, já que o filme não tem absolutamente nenhuma razão de existir que não seja ganhar mais um pouco de dinheiro com o pequeno sucesso do primeiro (nos Estados Unidos, no resto do mundo foi ignorado), levar a equipe para viajar pelo mundo e, quem sabe, conseguir emplacar uma franquia à la Velozes e Furiosos com O´Shea Jackson Jr. e Gerard Butler comandando o elenco. O primeiro filme ainda tinha umas caras conhecidas como Pablo Schreiber e o 50 Cent, mas agora o palco é só dos dois. Ainda que seja um palco bem meia boca.

Esqueça o filme urbano californiano e yankee do primeiro, Covil de Ladrões 2 é agora apenas um filme sobre um roubo lá na Europa. A surpresa agora é que Donnie (O´Shea Jackson Jr.) está lá no meio da preparação para um roubo gigantesco quando é encontrado pelo ex-inimigo Nicholas “Big Nick” O´Brien (Butler), que agora quer uma fatia do bolo só para ele e decide que irá ajudá-lo no novo golpe.

Entre as desconfianças do dois e a dinâmica com os novos parceiros, nada de interessante acontece. A preparação para a ação também é pouco interessante, já que o alvo agora é uma espécie de prédio absolutamente seguro que recebe comerciantes de diamantes e joias do mundo inteiro. É lógico que o lugar é impenetrável, mas eles criam uma dinâmica que mistura alta tecnologia, baixa tecnologia, conveniências e umas burrices escondidas para dar errado e ter o mínimo de suspense.

Mas nada disso funciona e o filme só se arrasta. Mas se arrasta muito! Até o espectador não aguentar mais e começar a se divertir minimamente com a relação dos dois protagonistas, mesmo que isso seja pouco para salvar o resto. No meio disso eles dão de cara com um outro conflito envolvendo um mafioso de algum país do leste europeu qualquer que tem o lutador brasileiro Victor Belfort de porteiro em duas cenas e sem falas no roteiro. Eles tentam atrapalhar um pouco a vida dos remanescentes do primeiro filme, mas no final até ajudam. Deixando tudo ainda mais nesse enorme marasmo.

Essa falta de ação acaba sendo curiosa, já que o diretor Christian Gudegast, que também esteve por trás do primeiro, já demonstrou que consegue dar conta do recado na direção e no roteiro. O anterior era tenso, com ótimas cenas entre o elenco e com algumas cenas de ação que fizeram o filme ter o pouco de fama que conseguiu, já que empolgava com os tiros e com uma câmera que parecia se espremer com os personagens esperando por ser alvejada. A técnica continua aqui, mas com apenas uma única cena de ação para divertir o público, é impossível conseguir a façanha de interessar qualquer pessoa.

O que vai vir depois disso ninguém sabe. Se a continuação se tornar uma série, talvez tenhamos a esperança de isso fazer o filme olhar para trás e ir atrás de suas origens. Mas, do mesmo jeito que você talvez nem soubesse da existência do primeiro, rapidamente a maioria do pessoal vai esquecer da existência desse segundo também. Ou até de um terceiro, mesmo antes dele começar a ser produzido.


“Den of Thieves 2: Pantera” (EUA/Can/Esp, 2025); escrito e dirigido por Christian Gudegast; com Gerard Butler, O´Shea Jackson Jr., Evin Ahmad, Salvatore Esposito, Orli Shuka


Trailer do Filme – Covil de Ladrões 2

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