Se desde o anúncio da adaptação do best-seller Crepúsculo para os cinemas, ficava difícil imaginar alguma coisa além de um típico caça-níqueis hollywoodiano (impedindo qualquer esperança), ainda assim, é fácil você sair do cinema decepcionado com o que viu, tamanho o desastre. Não li o livro, portanto não faço a mínima ideia se no filme reside uma adaptação boa ou ruim, se captou seu espírito ou foi vago, se seus personagens são bem caracterizados ou não, só sei que, como filme Crepúsculo é um exercício de mau gosto.
A começar por uma narrativa fragilizada, que parece não chegar a lugar nenhum e muito menos se esforça para isso, todo resto do filme não agrada, tanto na parte técnica como artística. Direção, produção, efeitos, roteiro, elenco e tudo mais parece ter tantos equívocos que ficaria difícil não fazer um texto de 20 páginas falando mal dele. Se a história da garota nova na cidade, Bella (Kristen Stewart), que acaba se apaixonando por um vampiro tinha qualquer pretensão, sequer, de ser algo minimamente profundo, vai por água abaixo quando acaba se tornando um romancezinho água com açúcar repleto de analogias pueris, personagens nada interessantes e uma trama desempolgante.
Edward Collen (Robert Pattinson), o vampiro, é o partido perfeito, bonito, moderno, vindo de uma família unida, com um ótimo relacionamento com os pais, que disputa graduações com os irmãos e ainda por cima é vegetariano (no que concerne ao vampirismo), e se não bastasse, ainda não conseguirá nunca ter seu momento de êxtase completo com a namorada, a não ser que ambos se comprometam pela eternidade. Só falta ele plantar uma árvore durante o filme para ser o rapazinho que toda sogra pediu a Deus. Para o resto do mundo, um chato.
A diretora Catherine Hardwick, que tinha feito um trabalho extremamente sensível em Aos Treze, aqui cai exatamente nessa armadilha de Edward Collen, criando um retrato puritano de uma sociedade que adora se esconder atrás de máscaras, que castiga quem faz sexo (vide qualquer filme de terror) e não suporta aquele cabeludo com cara de motoqueiro que está passando pela cidade (como os vilões do próprio filme). Crepúsculo faz então um esforço tremendo para mostrar que o sexo mais seguro é aquele que não é praticado e acaba não percebendo o filme escorrendo pelos seus dedos.
Para completar, tudo que aparece no filme parece beirar a preguiça, a personagem principal, Bella, é nova na cidade, o pai é xerife, no colégio é prontamente aceita por um grupo formado por um negro, um oriental, uma nerd de óculos (com aro colorido), um bonitão do time de futebol e uma líder de torcida, como um grande grupo de arquétipos convivendo pacificamente em uma utopia que não tem tempo para perder com esse pobres mortais com todo jeitão de vítimas do Jason.
Em volta de tudo isso, Crepúsculo ainda sofre com falta de sensibilidade para se tornar um romance, e esquece de ter ação suficiente para ser uma aventura (ou até um terror adolescente), ou, indo até mais longe, em algo de caráter juvenil, já que acaba se mostrando lento para os padrões atuais e com pouca coisa acontecendo durante a maioria do tempo. É como se ele demorasse para entrar no romance, perdesse muito tempo com ele quando acontecesse e acabasse deixando o clímax pouco empolgante no final das contas. Como se não engatasse a segunda e se arrastasse durante todo tempo.
E graças a uma direção de arte pouquíssimo empolgada, o filme ganha um visual para lá de comum. Humano é quente, cheio de detalhes, bagunçado, contrastando completamente com os vampiros frios, estéreis e organizados, sem esquecer dos descendentes de índios, e “lobos”, todos com seus cabelos compridos. Extrapolando ao máximo todo e qualquer esteriótipo possível e imaginável.
Se ainda assim, a diretora conseguisse, no mínimo que fosse, fazer um trabalho bacana, todos esses defeitos seriam facilmente escondidos, como em uma baciada de filmes que aparecem a cada ano, mas nem isso ela consegue. Hardwick parece se perder em meia dúzia de vícios visuais, repetindo à exaustão planos como nas diversas vezes que rodeia o casal de protagonistas, ou nas milhões de “planos florestais” que resultam no mesmo casal (além dos close-ups nos olhos que fariam Sergio Leone chorar de vergonha). Sem contar as inúmeras vezes que força uma imagem em primeira pessoa por trás de um arbusto ou qualquer outro obstáculo, como se alguém espreitasse momentos, que, no fim das contas, nem importantes acabam sendo. Tudo isso, temperando composições quadradíssimas que não se preocupam em espremer quem for preciso para aparecer na imagem, como uma grande e feliz foto de aniversário.
Por fim, ainda fica aquela impressão de “pãodurisse” na hora que entra em cena um ou outro efeito-especial, resumidos na verdade entre uma imagem borrada que se finge de veloz e uma cacetada de fios para erguer os personagens em seus saltos e voos, decepcionando qualquer um.
Crepúsculo é uma tentativa fracassada de atualizar essas figuras míticas para um novo milênio (aqui uma crítica também ao livro) sem perceber que, o que as tornam imortais como personagens são suas raízes e exatamente todo paradoxo com a humanidade, todo sofrimento e maldição que carregam, não um amor adolescente com cara de novela ruim.
“Twilight” (EUA, 2008) escrito por Melissa Rosenberg, a partir do livro de Stephanie Meyer , dirigido por Catherine Hardwick, com Kristen Stewart, Robert Pattinson e Billy Burke
6 Comentários. Deixe novo
Eu só queria deixar um lembrete se escreve “Cullen” e não “Collen”…
E eu acho super interessante a história de amor entre Bella Swan e Edward Cullen…
Ela prova q podem existir amores impossíveis mais que nem por isso são incapazes de acontecer!!!
Bjs dudaa
olá! edward cullem ,eu não sei as outras pessoas ,mas eu te acho muito, mas muito lindo ,mas eu também gosto de vocÊ, por vocÊ ser uma pessoa legal,as algumas pessoas falam mal de vocÊ mas é porque elas não conhece vocÊ eu te acho especial,legal, inteligente maginifico lindo e tudo mais meu nome é VIVIANE MENDES PEREIRA tenho 16 anos espero que um dia eu e vocÊ sejamos grandes amigos seja feliz com sua namorada. beijossssss no seu coração…
hi, I’m very fan of Twilight and would love for my favorite idol Miley Cyrus fisesse of my favorite movie like a vampire … my name is Leticia and I’m from Brazil and I have 10 years
vc e da onde vc conhece vitoria de paeslandim?
eu queria saber mais sobre Edward Cullen quando eu ouvi falar “crepúculo” pensei:
O que é isso que minhas amigas tanto falan e quando ouvi anuncia na televisão eu
disse:não vou perde por nada esse fime e ai quado assisti eu fiquei louca pensei:
sera que minhas amigas estão assistindo depos quando amanheceu eu fiquei so
pensando em Edward Cullen depois queria ser a Bella pra se encontra com Edward
se passaram os dias e eu não pensei em outra coisa a não ser “crepúsculo” e até
hoje eu fico pedindo a minha mãe me da um dvd de crepúsculo e eu so fico pensando em Edward Cullen e Isabella.