Duas Bruxas: A Herança Diabólica | Entrando no Túnel do Tempo

Duas Bruxas: A Herança Diabólica (2021) | Crítica do Filme

Realizado pelo multitarefa Pierre Tsigaridis, Duas Bruxas: A Herança Maldita é uma experiência que levanta sentimentos mistos. Desde a cena inicial, o espectador se vê dividido entre a dificuldade de embarcar em uma (malfeita) gangorra de “jump scares” e sonolência causada pelos personagens chatíssimos com uma quase irresistível fascinação pelos visuais cuidadosamente montados pelo diretor e uma estrutura que foge da linearidade convencional do gênero.

O filme vai agradar, certamente, os apreciadores mais calejados de terror, pois se sustenta, principalmente, em uma atmosfera de sonho, apoiada em enquadramentos, efeitos práticos e uma paleta de cores saídas diretamente do cinema europeu do final dos anos 70 e começo dos 80, principalmente da Itália, dos mestres da estranheza Lucio Fulci e, obviamente, Dario Argento.

A questão é, o diretor segue tão de perto os passos desse estilo que cai nas mesmas armadilhas desses exemplares: fraca direção de atores, roteiro desconexo e pouco cuidado com o ritmo do filme, bastante irregular.

Cena do filme Duas Bruxas: A Herança Diabólica

Iniciando forte, com uma cena cheia de tensão e um susto bem-feitinho, nos animamos para começar a assistir e tomamos o primeiro balde de água fria, com uma história bem tradicional de Sarah (Belle Adams, péssima), grávida e casada com Simon (Ian Michaels) sendo marcada por um mau olhado daqueles de uma velha senhora sentada em uma mesa próxima. Desde esse encontro, Sarah vai aos poucos enlouquecendo, com vários sutinhos irritantes e nos fazendo ficar com cada vez mais raiva do marido “desconstruído”, tudo isso até o clímax em uma visita a um outro casal ainda mais idiota, Dustin e Melissa (Tim Fox e Dina Silva) onde a bruxa malvada consegue o que queria: o bebê ainda não nascido de Sarah. Ou será que era outra coisa? Sei lá, a primeira parte acaba de forma tão repentina que deixa a gente coçando a cabeça.

Aí começa a nova história dentro do mesmo filme, onde somos apresentados a Masha (Rebekah Kennedy), toda doidinha e que mora com Rachel (Kristina Klebe). Sabe-se Deus como e porque, Masha, depois de um episódio esquisito com um ficante, conversa com a colega de quarto e informa que está esperando a vó morrer para herdar os poderes de bruxa da idosa, que pode ou não ser a perseguidora de Sarah na primeira parte do filme.

Rebekah Kennedy em Duas Bruxas: A Herança Maldita

Mais umas cenas de “flashback” (ou “flash forward”, nunca dá para saber), Masha recebe os poderes bruxísticos da avó e vai até uma festa causar bagunça, inclusive com o casal da primeira parte Dustin e Melissa; cada vez mais no modo “loucuragem”, Masha ataca a família de Rachel até ser detida por Dustin.

Depois disso, Masha é resgatada por uma convenção de bruxas e recebe uma visita do mestre; ou não. Novamente, corte abrupto e sobem os créditos.

Após os créditos, outra surpresa: em uma longa cena, Sarah reaparece e deixa a porta escancarada para uma sequência. Ou não. Sei lá… fiquei confuso.

Belle Adams em Duas Bruxas: A Herança Maldita

Enfim, é um filme legal, com visual bem diferente do normal contemporâneo, efeitos práticos decentes e um jeito não linear de conectar as tramas e personagens, com cenas bem incômodas e toneladas de referências e homenagens a clássicos do gênero. Por outro lado, (o muito ruim), as atuações são risíveis (com exceção de Rebekah Kennedy, a Sissy Spacek genérica, que manda muito bem), o roteiro é uma zona e a trama é bem confusa. No frigir dos ovos, apesar dos percalços, o filme resgata visuais e elementos de inspiração mais clássicos, apresentando bons momentos e cenas verdadeiramente incômodas, o que deixa a sensação de que valeu a visita.

Trailer do Filme – Dua Bruxas: A Herança Diabólica

Ficha Técnica

Título Original: Two Witchs

Diração: Pierre Tsigaridis

Roteiro: Pierre Tsigaridis

Elenco Principal: Rebekah KennedyTim FoxDina SilvaBelle AdamsIan MichaelsKristina Klebe

Sinopse Oficial: Duas bruxas em momentos diferentes acabam com seus caminhos sendo cruzados por por suas próprias presenças e a vida de um casal que acaba tendo sua vida transformada.

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