Então a Disney comprou a Lucasfilms, aquela mesma dona do Star Wars e do Indiana Jones. E se alguém quiser saber a minha opinião: bom… eu tive muito mais receio quando a “casa do Mickey” comprou a Pixar e a Marvel. Já que pior que está, a empresa de George Lucas não fica.
Não em termos de dinheiro (obviamente) já que ela ainda devia estar lucrando bastante com seus personagens e licenças. E é exatamente ai que e Disney está de olho, no enorme número de personagens e possibilidades futuras. Assim como ela fez com a Marvel. O bom aqui é que a situação tende a melhorar.
Por mais que tenha feito um enorme sucesso nas bilheterias e resultado ainda em um punhado de série de TV e jogos de videogame, essa segunda inserção de Lucas no universo de Star Wars (leia-se aqui o momento em que decidiu contar o Episódio I) não criou absolutamente nada digno de lembrança. Não existe momento sequer dos três novos filmes da “nova trilogia” que acrescente alguma coisa ao mundo de Luke, Leia e Han Solo. É lógico que isso reflete uma espécie de medo de mexer em toda mitologia dos filmes originais, mas entre não contar nada de novo e não contar nada que presta há uma grande diferença.
E falando em porcaria, foi a Lucasfilms (na verdade o próprio George Lucas, de acordo com Steven Spielberg) que se meteu em seu novo Indiana Jones e enfiou goela abaixo a tal da Caveira de Cristal e os extraterrestres do final do filme. Bem possível que o diretor estivesse apenas tirando o rabo fora diante do desastre iminente, mas ainda assim o quadro não deixa de ser promissor.
Mas também é impossível achar que a Disney pagou a bagatela de 4 bilhões para salvar o futuro de alguns personagens. O que ela quer mesmo é fazer esses vários zeros (acho que são nove) virarem mais zeros ainda. O ponto positivo é que ela queria a mesma coisa com a Marvel. E consegui de um jeito que ninguém imaginava.
Por mais que o universo das revistas em quadrinhos tenham se adaptado sutilmente a uma linha editorial muito mais ampla (em termos de idade e novos leitores), o grande presente do Mickey para o Stan Lee estreou esse ano e de um jeito que só era sonhado pelos fãs. Resultado de um esforço que combinou cinco filmes e juntou os maiores heróis da editora. É lógico que a Disney deve estar rindo à toa com a possibilidade de Os Vingadores se tornar uma das maiores bilheterias da história do cinema, mas não existe fã no mundo que não enxergue que tudo isso só foi possível com a benção do Sr. Mouse.
E olha que a Disney gastou quase a mesma coisa (4,2 bilhões) para comprar a Marvel. Uma editora com mais de cinquenta anos e um número enormemente maior de personagens e possibilidades (bonecos, parques temáticos, canetas … e até filmes). Muito mais cifrões a serem pescados do que a Lucasfilms pensa em ter. E o que isso quer dizer? Simples, que a Disney tem muito menos espaço para erros.
Nada então de ver a rifa que o próprio George Lucas vinha fazendo com seus personagens e mitologias em Star Wars, e melhor ainda, nada de deixá-lo chegar perto de uma câmera novamente. É lógico que, dentro do acordo, Lucas já garantiu um empreguinho em uma espécie de assessoria criativa no quer vier com a marca Star Wars, mais ainda assim o futuro parece reservar algumas boas surpresas paras os fãs da série.
A primeira delas é que o tão esperado Episódio VII chegaria aos cinemas em 2015, o que, provavelmente, deve ser mudado, já que calharia com a estreia da sequencia de Os Vingadores, e duvido que a Disney gaste dois blockbusters dessa grandeza em um só ano. Mas o que importa é que ela não esconde a estratégia de dar continuidade logo à série de filmes e fazer logo esses 4 bilhões começarem a dar lucro.
Sobre Indiana Jones não foi falado nada, já que um novo filme ainda passaria pelo crivo de Steven Spielberg, senão por causa de direitos (realmente não sei se ele tem alguma participação no personagem), pelo menos pelo respeito com o “pai da criança”.
A Disney então comprou a Lucasfilms, e os fãs só podem então esperar que, pelo menos, o George Lucas pare de lançar versões diferentes… e restauradas… e mudadas… e mexidas… e digitalizadas. E que, talvez, o Han Solo volte a atirar primeiro em Greedo na famosa cantina de Mos Eisley.
O problema é que tanto os universos de Star Wars quanto de Indiana Jones não tem espaço para qualquer tipo de revolução, tanto em termos de mitologia quanto narrativos e estéticos, o que sobra apenas mais um pouco do mesmo. Mais sequências, mais camisas, mais bonecos e só.