(jornalista convidado: José Roberto de Ponte)
Várias boas intenções nem sempre formam uma boa história. Isso é o que acontece com Emoji ¿ O Filme.
O roteiro raso e a história esticada demais (mesmo com poucos 86 minutos de duração) se transformam em barreiras intransponíveis para qualquer qualidade que essa animação dirigido por Tony Leondis tenha pretensão de ter. Curiosamente, Leondis é justamente conhecido por dois trabalhos bem acima da média no mundo das animações, o roteiro de a Nova Onda do Imperador e ainda a co-direção de Lilo e Stitch (do segundo também, mas esse não conta, o que faz de Emoji uma mancha em seu currículo.
A trama (ou fiapo de história), mostra Gene (um emoticon) tentando ser reprogramado da função à qual deveria exercer. Com a ajuda de seu melhor amigo, a mãozinha Hi-5, e da misteriosa hacker Rebelde, embarcam nessa aventura em busca de sua identidade. O problema é Gene é filho de um casal de emojis que não expressam nenhuma emoção o que o obrigaria a assumir a mesma função dos pais. Porém, tudo dá errado na primeira tentativa de ser acionado por Alex, o dono do smartphone onde fica Textópolis, cidade onde vive Gene e todos os outros emojis.
Mensagens importantes como a crítica ao uso excessivo de celulares, a valorização do indivíduo como ele é e até a discussão sobre software piratas se perdem diante da falta de interesse. E junto disso ainda vai embora algumas boas piadinhas engraçadas, como a do Spam, e até participação de Patrick Stewart, dublando o emoji Cocô, tudo isso afogado pelo roteiro arrastado e ainda por cima preenchido com descarada propaganda de Facebook, Instagram, Candy Crush, Dropbox, Youtube e Spotify. Nem é preciso dizer que assistir em 3D também é perder desnecessariamente reais importantes da sua carteira.
Por tudo isso, Emoji – O filme não consegue empolgar nem adultos e nem crianças e muito menos quem tenha pouco ou nenhum contato com a era digital… se é que alguém ainda não tem.
“The Emoji Movie” (EUA, 2017), escrito por Tony Leondis, Eric Siegel e Mike White, dirigido por Tony Leondis, no original com vozes de T.J. Miller, James Corden, Anna Faris, Maya Rudolph, Christina Aguilera, Sofia Vergara e Patrick Stewart
