Fogo Cruzado | Crítica do Filme | CinemAqui

Fogo Cruzado | Divertido, violento e esquecível… e isso é um elogio.

Quanto menos Joe Carnahan se leva a sério com seus personagens estereotipados e cenas de ação exageradas, mais o resultado é sinônimo de diversão. Fogo Cruzado é um desses exemplos.

Antes de qualquer coisa, Fogo Cruzado promete pouco, portanto, nada de criar expectativas, só ação, tiros e boas frases feitas. Na verdade, muitos tiros mesmo e uma grande bagunça que resulta em um passatempo divertido para quem está em busca de um filme de ação descartável.

Esquecível em um tanto que foi praticamente ignorado nos cinemas e agora no Brasil chega no serviço de streaming da Amazon. Mas logo mais irá se perder no meio do catálogo. O que não é um problema, porque os espectadores também irão se esquecer dele.

O roteiro escrito pelo próprio Carnahan em parceria com Kurt McLeod e Mark Williams (esse último que assina os roteiros da ótima série Ozark) parece puxar parte de sua inspiração nos clássicos Onde Começa o Inferno e Assalto ao 13° DP, colocando uma policial e dois criminosos tendo que juntar forças para escaparem vivos de um perigo exterior. Mas o filme de Carnahan vai para outro lugar assim que tem a oportunidade.

De um lado, Frank Grillo vive um “mediador” que fugiu com o dinheiro de alguma máfia qualquer. Do outro, Gerard Butler é um assassino profissional que fará de tudo para cumprir seu contrato de matar o personagem de Grillo, até ser preso com ele. No meio dos dois, Alexis Lounder é uma policial com complexo de faroeste, uma arma de faroeste e um saque de faroeste.

Fogo Cruzado | Divertido, violento e esquecível... e isso é um elogio.

Os três acabam presos nas celas da delegacia enquanto outro assassino profissional (Toby Huss) invade o lugar e pretende matar todo mundo, já que ele é um completo psicopata.

Por um segundo, Fogo Cruzado parece mesmo ser sobre os três protagonistas se juntando para se defenderem, mas isso acaba logo e é cada um para um lado em uma espécie de faroeste moderno onde a policial se sente à vontade, o personagem de Butler parece calmo demais e o de Grillo simplesmente não combina com ele. Mas é realmente um monte de tiros e cenas de ação violentamente interessantes e divertidas.

Carnahan se mantém um diretor plasticamente inventivo, como já o fez no esquizofrenicamente divertido A Última Cartada. Isso talvez baste para que Fogo Cruzado satisfaça o desejo dos fãs por ação meio amalucada e uns slow motions em lugares que não deveriam ter slow motions. Tudo fica cheio de estilo enquanto as balas voam, as coisas explodem e o lugar pega fogo.

No meio disso tudo, os diálogos entre os personagens são agradavelmente vazios e só repetem o óbvio. Não existe surpresa em Fogo Cruzado e o espectador não irá se importar com isso, já que o roteiro é ágil e tudo vai acontecendo de modo rápido. Da normalidade de um cenário onde tudo parece estar no lugar, é preciso pouco tempo para a situação toda se tornar um completo caos. É nesse lugar que Carnahan quer estar. É ali que sua câmera se diverte. É nesse mesmo lugar que o espectador vai esquecer de um monte de defeitos do filme e se divertir também.

Carnahan não se leva à sério na maior parte do tempo e o resultado é um filme canastrão e cheio de ação. Qualidades que um bom filme de ação descompromissado sempre deve ter para fazer a alegria dos fãs. Fogo Cruzado é um desses exemplos.


“Copshop” (EUA, 2021); escrito por Kurt McLeod, Joe Carnahan e Mark Williams; dirigido por Joe Carnahan; com Gerard Butler, Frank Grillo, Alexis Louder, Toby Huss, Chad L. Coleman, Ryan O´Nan e Jose Pablo Cantillo.


Trailer do Filme – Fogo Cruzado

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