O grande problema de escrever sobre a série Jogos Mortais é conseguir fazer um texto que não fique exatamente igual ao do filme anterior, já que, do mesmo jeito que os últimos quatro ou cinco filmes, esse sétimo, e talvez derradeiro, comete os mesmo erros, repete a mesma estrutura e não tráz absolutamente nada de novo.
A começar por uma vontade imensa de se distanciar do primeiro em seus acertos e indo até um resultado tecnicamente precário demais até para ser levado em conta. O miolo disso tudo fica pior ainda, já que, mesmo resgatando a mítica da série (com alguns personagens e flashbacks) na maioria do tempo acaba simplesmente deturpando a idéia inicial, não do filme, mas do assassino Jigsaw.
Jogos Mortais – O Final se perde em pequenas armadilhas para castigar pequenos pecados sem importância, somente para mascarar uma minúscula história de vingança, que, com certeza já se estende além da conta. Assim como saca da manga um novo valete no imenso baralho de comparsas do serial killer, muito mais do mesmo.
Na trama, primeiro somos apresentados a uma armadilha em plena uma praça, onde dois rapazes são obrigados a fazerem a escolha de suas vidas ou da namorada que traia ambos, mas não se preocupe se chegar atrasado e perder essa parte, já que ela está ali só para mostrar que agora tudo está em 3D, já que, terminada ela ninguém mais verá nenhum dos personagens. Enfim, no resto do tempo, a sequencia volta à história do policial que, em algum momento de algum filme anterior (já que acompanhar suas reviravoltas e “surpresas” é uma tarefa em tanto) se tornou ajudante do falecido Jigsaw, e que no final do sexto conseguiu escapar da famosa armadilha da mandíbula e jurou vingança à viúva do mesmo Jigsaw.
No meio disso tudo, ainda sobra para um cara que escreveu um famoso livro sobre sua experiência ao sobreviver a uma armadilha do assassino, mas que terá que provar que consegue fazer isso mais uma vez. O assustador disso tudo, é que são três histórias que se encontram apenas pela boa vontade de uma montagem simultânea (sendo que a primeira nem isso tem), e mais, a preguiça parece ser tanta que, assim como seus predecessores, grande parte das armadilhas nem escapatória tem, servindo muito mais com um método sádico de matar os personagens do que de testar os limites de suas existências e fazê-los repensar suas vidas. Como se estivesse sempre dispostos a diminuir a influência do próprio Jigsaw na idéia toda.
Talvez o problema todo seja um excesso de resposta nas bilheterias, que possibilitam a idéia de produções feitas a toque de caixa, com mais dinheiro para gastar e menos tempo para seus realizadores gastarem pensando em soluções mais aprazíveis e criativas, já que agora tudo se resume a quantidades maiores de esguichos de sangue e decapitações (que realmente ficam muito bacanas em 3D, mas as repetições as tornam irritantes).
Por fim, não vale muito a pena falar sobre o elenco horroroso nem muito menos sobre uma direção de arte que parece mais preocupada em reciclar cenários dos filmes anteriores, já que a impressão é que estamos sempre nos mesmos lugares, nas mesmas delegacias, prédios, armadilhas enferrujadas etc. Assim, como é melhor nem comentar a falta de simpatia do policial que carrega a tocha de Jigsaw, que a cada filme parece mais e mais, simplesmente, um psicopata influenciado e repetitivo do que um mente criminosa capas de tramar tudo aquilo. Mas não se preocupem fã, no final, como já é mais de praxe do que casal que faz sexo morrer nas mãos do Jason, Jigsaw ainda poderá voltar em um novo episódio pelas mãos de um novo ajudante (que também, aparentemente, o ajuda há anos) para carregar seu legado.
“Saw 3D” (Can/EUA, 2010), escrito por Patrick Melton e Marcus Dunstan, dirigido por Kevin Greutert, com Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russel, Cary Elwes, Chad Donella e Sean Patrick Flanery
1 Comentário. Deixe novo
Sabe qual a única coisa boa deste filme?
Saber que será o último (se Hollywood não inventar de fazer mais 1, oq é bem provável e possível)!