Se a pressa é tão inimiga assim da perfeição, essa lista com meus melhores filmes de 2024 deve estar incrível, afinal, o mês de janeiro está acabando e só agora a lista está ganhando vida. Entretanto, também não é bom criar muita expectativa. Então, piada a parte…
Mas antes disso é bom fazer um esclarecimento para entender o recorte de tempo das minhas escolhas. Uma mistura entre 2024, seu passado e até o futuro. Como a ideia é ter uma lista que tente refletir o ano de 2024, ficaram de fora os filmes que, estrearam em 2024 por aqui, mas são todas aquelas produções que estavam dentro da temporada de premiações do comecinho do ano (leia “até o Oscar”).
Por isso, alguns filmes que poderiam estar na lista ficaram de fora, mas precisam ser lembrados aqui: Pobres Criaturas, Zona de Interesse, Ficção Americana, A Sala dos Professores e Il Capitano. Todos incríveis e, com certeza dariam um trabalho para os filmes da lista que vem a seguir.
O outro ponto do recorte é que, do mesmo jeito, alguns filmes que não estrearam no Brasil (ou não conseguiram ser “vistos”) devem acabar nesse limbo na lista do ano que vem e serão citados em 2025 como nesse parágrafo ai de cima.
E não se esqueça, dez filmes, sem ordem de escolha e talvez com um 11° para “abraçar” o mundo. Nem em ordem alfabética e nem por ordem de lançamento, apenas as lembranças de mais um ano de filmes que se vai e deixa sempre um legado de mais e mais paixão pelo cinema.
Duna : Parte 2
Quem leu o livro sabe o quanto seria difícil adaptar o material de modo minimamente próximo do original. Denis Villeneuve faz muito mais do que isso, já que faz um épico tão grande e tão poderoso quanto o livro merece, e a parte 2 fecha isso tudo com chave de ouro. [link crítica]

Guerra Civil
Uma história incrível, humana, violenta e assustadoramente próxima dos nossos dias. Um diretor que não só enxerga o filme como uma experiência visceral, como faz tudo ter um gosto amargo no final e fazer você pensar sobre tudo aquilo por um bom tempo depois do fim. [link da crítica]

Rivais
Uma história de amor sexy e tão cheia de reviravoltas que faz até um entediante jogo de tênis se tornar uma das cenas de sexo mais quentes que o cinema já viu. Personagens incríveis, um roteiro ácido e desafiador, uma direção frenética e uma trilha sonora fenomenal. [link da crítica]

Love, Lies, Bleeding
Falando em histórias de amor, a dessas duas é maior do que qualquer realidade pode conter. A cada esquina tudo parece que pode dar errado, até dá, mas volta a um trilho esquisito e maluco que se permite ir para qualquer lugar que essa história maravilhosa possa ir por essas duas mulheres incríveis. [link da crítica]

Furiosa: Uma Saga Mad Max
Se Estrada da Fúria era uma perseguição frenética que tomava pouco mais de um dia nesse mundo apocalíptico, Furiosa é um épico de décadas. Da infância até o fim dessa vingança, passando por momentos importantes desse mundo e cravando a aço, gasolina e ódio, mais uma vez, essas figuras no nosso imaginário. [link da crítica]

Ainda Estou Aqui
É impressionante o quanto delicado pode ser um filme sobre um assunto tão pesado e triste. Walter Salles cria um filme que observa ao longe esses acontecimentos enquanto vai colocando nas costas da protagonista esse mundo inteiro, deixando com que ela lide com esse peso todo com o esforço e o olhar de alguém que é maior do que qualquer governo fascista. [link da crítica]

Anora
Uma história inesperada sobre uma mulher que decide lutar pela única oportunidade que tem na vida de puxar suas rédeas. Mas também uma história melancólica que faz com que essa mesma mulher descubra o quanto pode não ter o poder para isso, o que não a impede de lutar por isso até as últimas forças e até a última lágrima. Junte a isso alguns dos diálogos mais divertidos do ano e uma das personagens mais incríveis que você verá nos últimos tempos. [link da crítica]

Nosferatu
O que poderia ser um remake qualquer, se torna uma experiência completamente nova e atual, discutindo questões que conversam com o mundo atual, mas com a assinatura estética de Robert Eggers e essa vontade constante de provocar o espectador e criar um clima que conversa com pesadelos que ficam na sua cabeça mesmo depois de você acordar. [link da crítica]

A Semente do Fruto Sagrado
Certos assuntos precisam ser ditos através de metáforas para que as conclusões não tenham a possibilidade de serem mal entendidas. O momento recente do Irã serve de motivador para o conflito dessa família, mas é o significado de suas ações que demonstram o quanto um assunto tão complexo consegue se tornar tão simples através do simbolismo de suas ideias.

Conclave
Um thriller diferente. Dentro de um mundo pouco conhecido e tão cheio de detalhes que é impossível não se interessar. Mas tem mais! Um suspense onde cada reviravolta é uma surpresa daquelas que dá vontade de gritar de desespero. Tudo isso com um elenco incrível e um roteiro que faz com que cada umas dessas pessoas brilhe. [confira o podcast sobre Conclave]

(10+1) Salão de Baile: This is Ballroom
Abrindo um espaço para a cota de documentários e celebrando esse filme nacional que consegue ser didático, humano, deslumbrante, cintilante e visceral. Um momento de conhecer essas pessoas e o quanto suas vidas foram transformadas pela ballroom, que acaba sendo muito mais do que um encontro, mas uma salvação dentro de um mundo que não se importa em entender nada daquilo. Mas tudo bem, problema desse mundo babaca e esse pessoal mal resolvido, eles que morram de inveja e recalque! [link da crítica]

Menções honrosas: Música, Divertida Mente 2, Wicked – Parte 1, Pisque Duas Vezes, A Substância, Emilia Pérez, Um Lugar Silencioso – Dia Um