O Último Trem Filme

O Último Trem | Funciona como filme de terror

Nem sempre um filme deve ser analisado em vista de seus lado cinematográfico, é preciso muitas vezes enxergá-lo por uma ótica maior, mais ampla, que compreenda-o até como parte de um todo, de seu gênero. A grande maioria dos filmes de terror e ficção precisam desse discernimento, ou estarão fadados ao fracasso. Como cinema, O Último Trem é desinteressante, nada inspirado e até um pouco arrastado em uma trama que acaba se mostrando difícil de engolir. Como filme de terror, O Último Trem é um exemplo vivo de que o gênero está mais do que vivo, e ainda dando filhotes saudáveis, como essa adaptação do conto de Clive Barker.

Girando em torno do velho esquema do herói que acaba ficando obcecado por algo até ver sua vida indo por àgua abaixo, o filme até carece de uma direção melhor preparada fora da ação, já que nela, parece se soltar e criar um visual deverás interessante, só que pouco sustentado pela fraca força narrativa. O elenco, somente correto, apenas se deixa levar pelos personagens, na sua maioria, mal acabados e bidimensionais, assim como o desfecho anticlimático (por parecer mastigado demais dentro de seu pessimismo) que se mostra óbvio do meio do filme para seu fim.

Sabendo claramente de suas deficiências narrativas, O Último Trem opta então pelo descaramento visual, pelo gore, por se tornar um filme de terror que te faz ter aquela aflição quando alguém é esmagado, em close, por uma martelo de carne, que te embrulha o estômago diante dos corpos dependurados como em um frigorífico, que cria um vilão daqueles para entrar no seleto hall de serial-killers do cinema de terror. Tudo mais que suficiente para o que o amante do gênero procura quando se apagam as luzes do cinema.


Midnight Meat Train (2008) escrito por Jeff Buhler, a partir do conte de Clive Barker, dirigido por Ryûhnei Kitamura, com Vinnie Jones, Bradley Cooper and Leslie Bibb


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