[dropcap]S[/dropcap]ão nessas horas que você percebe o quanto o faroeste perdeu a partir do momento que decidiu deixar um pouco de seu heroísmo para trás. Shane chega triunfante em seu cavalo, com seus olhos azuis brilhando sob o sol para salvar um grupo de fazendeiros e mesmo com tudo isso, sem se tornar forçado e piegas. Shane, de Os Brutos Também Amam é um cowboy de um era romântica que ilustrava, mesmo que nessas figuras de pistoleiros e matadores, seus heróis.
Um filme que te cativa não pela inocência de sua trama, e muito menos de seus personagens, mas sim pela sinceridade com que tudo é posto à sua frente. É fácil se emocionar com o drama dos personagens, torcer pelo herói, odiar os vilões e abrir um grande sorriso quando, ainda no começo do filme, Shane e Starret conseguem deslocar a grande raíz do quintal do fazendeiro, uma raíz que na verdade parecia apenas à espera de Shane. Como todo resto.
Para coroar tudo isso, um elenco afiadíssimo como pouco já se viu, com um Jack Palance em começo de carreira, (não tanto assim já que receberia ali sua segunda indicação ao Oscar) criando uma das melhores interpretações do cinema do, comum em filmes de faroeste, pistoleiro contratado vindo a serviço do bandido da cidade, esse vivido por Emile Meyer, na talvez melhor atuação do filme. Alan Ladd, no papel título, encarna todo heroísmo do personagem título e Brandon de Wilde (também indicado ao Oscar) encarna talvez um dos primeiros menininho insuportáveis do cinema.
Clássico até o último frame. Obrigatório até o último segundo.
Shane (1953) escrito por A. B. Guthrie Jr, a partir do livro de Jack Schaefer, dirigido por George Stevens, com Alan Ladd, Jean Arthur, Van Heflin, Brandon de Wilde, Jack Palance e Ben Johnson.
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[…] só é parado por um pistoleiro todo de preto (assim como o Jack Palance em Os Brutos Também Amam). Essa sensação de que tudo sempre terá um fim atravancado pelo novo é o que move A […]