Pompeia foi uma das cidades mais importantes e prósperas do Império Romano. Em seu auge era uma população de mais de 20.000 habitantes, terras prósperas e a fama de ser um dos grandes refúgios de férias dos poderosos do Império. No ano de 79 d.C. Pompeia Posterela foi completamente destruída pela erupção do vulcão Vesúvio. Agora substitua o mesmo por um iceberg e a cidade por um transatlantico e entenderá de onde saiu toda a inspiração para o épico em 3D, Pompeia.

“Épico em 3D” apenas pela simpatia que todos acabam tendo com o diretor Paul W.S Anderson, que pode não fazer nada digno de ser muito celebrado, mas é sempre divertido, seja matando zumbis ou contando a história de Alexandre Dumas. Na verdade “Pompeia” está mais para um filme catástrofe (além de arremedo do “Titanic”), mas nem por isso deixa de ser um passatempo (só isso mesmo, sem adjetivo nenhum).

Um daqueles em que todo mundo sabe o final e só se permite torcer pelos personagens por que não tem nada melhor para fazer dentro do cinema. Principalmente por que já viu um monte de histórias onde um escravo do império se destaca entre um grupo de gladiadores, tem um amigo negro e o objeto de sua vingança está sentado na “área VIP” da arena (alguém falou em Gladiador?). Tudo isso enquanto o vulcão, logo na cabeças de todos, parece dar alguns sinais de que pode entrar em erupção.

O gladiador/herói no caso, é “O Celta” (vivido por Kit Harington, da série Game of Thrones, sempre grunhindo e com cara de mau), que, ainda criança, viu sua tribo ser chacinada pelo tal Senador Corvus (Kiefer Sutherland em um de seus piores trabalhos… ainda que isso seja mais comum do que parece em sua carreira). O caminho de ambos acaba se cruzando então nesse fatídico dia de Pompéia, e no meio dos dois, para ninguém esquecer aquela inspiração em Titanic, ainda está Cássia (Emily Browning, de Sucker Punch), desejada (e prometida) pelo senador, mas apaixonada pelo escravo/gladiador.

Pompeia Filme

O resto todo mundo já sabe, o senador tentará matar o herói, que tem a companhia do parceiro de arena Atticus (o eterno Mr. Eko de Lost, Adewala Akinnuoye-Agbaje) nessa luta, que, por sua vez, acaba ganhando até um inimigo só seu, um líder do exército romano vivido à base de olhos cerrados por Sasha Roiz. E como o tempo urge e a catástrofe acontece um dia depois de todo esse pessoal chegar à cidade, o que não falta é um ritmo frenético que, pelo menos, embala bem o filme. Um imediatismo que não deixa o espectador sentir nem um segundo de tédio.

E quando o vulcão começa seu show, prédios caem, multidões morrem, uma criancinha tropeça e um dos heróis volta para pegá-la, bolas de fogo voam pelos ares (confesso que fiquei esperando a lava), pessoas em chamas correm balançados os braços, uma nuvem de cinzas joga partículas por todos os lugares do cinema (via 3D) e até um tsunami “ataca” a cidade. Não existe perca de tempo (nem, pelo que me parece, uma explicação técnica para a grande onda), quando se vê, toda correria começou e só dá uma pausa para que os inimigos se confrontem e, apaixonados, se beijem. E não é isso que todo mundo quer?

E Anderson sabe disso. Desse desejo de seu público. Então empacota tudo com um visual bacana (meio genérico, “mas é o que tem”…) e, mais do que tudo isso, um 3D que funciona. Assim como o “pai do Titanic” ( entusiasta e “redescobridor” dessas três dimensões), Anderson sabe o que fazer com essa ferramenta em mãos, então, pode se preparar para planos abertos (e profundidade de campo enorme), muita coisa acontecendo no fundo das cenas, plongées (aquela câmera posicionada em cima) e uma impressão de que tudo tem, realmente, uma terceira dimensão (e não só as legendas).

E ainda que toda essa profundidade não vaze nem para os personagens, nem para a histórias, Pompeia faz exatamente aquilo que todos esperam: vale o ingresso. Principalmente daqueles que iriam preferir que aquele Jack de Titanic empunhasse uma espada, deixasse um rastro de corpos e descesse a mão no noivo de sua amada enquanto o navio afunda.


“Pompeii” (EUA/Ale/Can, 2014), escrito por Janet Scott Batchler, Lee Batchler, Julian Fellowes e Michael Robert Johnson, dirigido por Paul W.S. Anderson, com Kit Harington, Carrie-Anne Moss, Emily Browning, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Jared Harris e Kiefer Sutherland


Trailer do Filme Pompeia

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