Mesmo com um estrutura narrativa pouquíssimo inspirada, daquelas mais comuns impossíveis, onde todos sabem exatamente onde ocorrerá cada reviravolta no roteiro, Rede de Mentiras acaba acertando ao apostar exatamente nisso: em sua mesmice.
Ridley Scott não larga mão dessa linearidade, tampouco de uma trama intrincada e sem medo de complicar a cabeça do espectador com suas surpresas, muito menos de uma cacetada de explosões, tiros, perseguições, terroristas e mais um pouco de explosões, que acabam sendo, na verdade, o grande combustível do filme, principalmente nas mãos habilidosas do diretor, que parece, dessa vez, não forçar tanto seu estilo estético peculiar.
Leonardo Di Caprio é um agente da CIA fazendo todo tipo de trabalho sujo lá para os lados do Iraque, Russel Crowe é seu contato em Washington, com todo jeitão manipulador e bonachão (ou no popular “gordo”) roubando a cena mais uma vez, como em tudo que vem fazendo, e no fim, tudo acaba rodando em volta de um terrorista “famoso” e um certo jogo de gato e rato.
Um “thriller” de espionagem apenas na medida para quem procura justamente isso: apenas um “thriller” de espionagem, mas antes que qualquer coisa, um ponto positivo na ficha corrida de Ridley Scott, que vem sendo tão maltratada nos últimos tempos.
Body of Lies (EUA, 2008) escrito por Willian Monahan, a partir do livro de David Ignatius, dirigido por Ridley Scott, com Leonardo Di Caprio, Russel Crowe e Mark Strong