Sobrenatural: A Última Chave Filme

Sobrenatural: A Última Chave | Tão esquecível quanto o anterior

Eu não sei dizer se vi Sobrenatural 3 (ou Sobrenatural: A Origem). E se vi, talvez eu não me lembre. Sei que não tem a presença direta da família do personagem principal do dois primeiros filmes (vivido por Patrick Wilson… que agora é “exclusivo” da franquia Invocação do Mal), imagino então que ele conte com a caçadora de espíritos vivida por Lin Shaye, Elise, que volta em Sobrenatural: A Última Chave.

Na verdade, A Última Chave conta a história de Elise. Começa com um flashback dela ainda criança dando de cara com um demônio e uma porta vermelha e anda muitos anos para o futuro para mostra a personagem, agora já adulta e às voltas com um caso que acaba levando-a de volta para a casa onde ela cresceu.

Exatamente, nada de muito surpreendente, ela chega na casa, dá de cara com o mesmo capiroto, com umas chaves no lugar dos dedos (entendeu o título!) e com várias lembranças dolorosas de seu passado.

Mas em meio a isso tudo, o roteiro de Lein Whannell (criador da franquia e que também atende, no filme, pelo nome de Specs, um dos ajudantes de Elise) até surpreende ao jogar a trama para um lado mais realista e violento. Uma ideia que, logicamente, se liga ao monstrengo das chaves, mas mesmo assim cria uma mitologia interessante que carrega o filme até o final.

Até porque, quem conhece a franquia sabe que no final das contas uma galera vai para o Além (aquele lugar com fumaça no chão e tudo meio esquisito) enfrentar o vilão. Nesse caso, bem diferente do capricho dos dois primeiros filmes (do terceiro não sei mesmo!), esse Além agora parece preguiçoso e sem graça. Sai aquele visual de pesadelo rebuscado e entra em cena um cenário só sem cor. É lógico que tem uma batalha final, o bem vai lá e vence o mal e alguém acorda do coma, mas tudo isso com um visual melhorzinho poderia salvar o filme.

E talvez a culpa seja até da direção destrambelhada de Adam Robitel, que é até bem intencionado, mas em pouco tempo faz qualquer um ter vontade de entrar por trás da câmera e dar uma surra nele. Não são poucos os momentos em que ele deixa espaço para uma aparição no fundo, daquelas com um acorde da trilha sonora bem alto, e quebra sua expectativa… enrola mais um pouco… deixa lá aquele fundo… e quando você já está desencanado e pode ser finalmente surpreendido, Robitel também sente o mesmo e vai embora.

Sobrenatural: A Última Chave Filme

Em certo momento, envolvendo um monte de malas, se para cada vez que o diretor colocasse sua câmera esperando a tampa da mala fechar para mostrar uma aparição isso terminasse em um susto, teria uma fila de demônios e fantasmas que dobraria a esquina de qualquer casa mal assombrada.

E falando em “casa mal assombrada”, a da vez está no território de um presídio onde a luz piscava sempre que algum bandido “fritava” na cadeira elétrica. E tirando o Além ter cara de presídio, todo o resto não só não é aproveitado, como ainda fica aquela pontinha de desperdício cada vez que a personagem de Elise diz “estar cercada de espíritos” e você, ali no cinema sedento por essas assombrações, tendo pago um dinheirão do cinema para tomar alguns sustos e ver gente morta… nada. Como se o filme de terror estivesse ali, mas você não tivesse sido convidado para ele.

No final das contas, Sobrenatural: A Última Chave tem até seu charme para os fãs da série, principalmente por se divertir fechando todo ciclo com os dois primeiros filmes, que esses você deve se lembrar. Até por que, daqui a algumas semanas eu vou continuar não lembrado se vi ou não o terceiro filme, mas agora, além dele, ainda devo acabar esquecendo se vi o quatro também.


“Insidious: The Last Key” (EUA, 2018), escrito por Leigh Whannell, dirigido por Adam Robitel, com Lin Shaye, Leigh Whannell, Angus Sampson, Kirk Acevedo, Caitlin Gerard, Spencer Locke, Josh Stewart, Tessa Ferrer e Bruce Davison.


Trailer – Sobrenatural: A Última Chave

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