Solomon Kane – O Caçador de Demônios | Uma surpresa agradável para os fãs


Criado no final de década de vinte, pelo mesmo Robert E. Howard que alguns anos depois traria o famoso Conan ao mundo, Solomon Kane é um puritano que luta contra o mal durante o século 17, com sua espada, sua adaga, sua coragem e agora ganha as telas do cinema, com pouquíssimo alarde, mas acabando por se mostrar uma surpresa agradabilíssima, principalmente para aqueles órfãos de uma boa aventura fantástica, com espadas, feiticeiros e muita ação.

Na história, dirigida e escrita pelo eficiente Michael J. Basset, que há um tempo dirigiu o interessantíssimo “Guerreiros do Inferno” (indicação máxima para quem gosta de terror), vemos o nascimento do personagem, de mercenário a herói (ou anti-herói, como preferir), tendo que, para fugir do inferno, já que fica sabendo logo no começo do filme que sua alma foi prometida para o Diabo, vai se esconder em um monastério no interior da Inglaterra, enquanto faz um voto de não violência.

É nesse ponto que já é possível admirar o trabalho de Basset, cuidadoso não só com sua trama, como mais ainda com todo seu visual, o que faz com que o espectador embarque nessa viagem e se sinta confortável. Nada parece forçado goela abaixo, tanto a trama como o personagem se formam de modo sutil e dinâmico em uma história que se move de conflito em conflito sem parecer estar fazendo mais do mesmo. Em linhas gerais, Solomon precisa ir atrás de uma donzela indefesa para salvar sua alma e, ainda por cima, acaba dando de frente com um passado que ele sempre fez questão de esconder dele mesmo, nada de novo, mas tratado com sinceridade, em um roteiro bem amarrado e um visual caprichado, o que já é meio caminho andado.

Do mesmo jeito que o personagem principal se forma por ações, o que não deixa o ritmo do filme cair um segundo, tudo a sua volta parece condizer exatamente com o necessário para contar aquela história. Tanto uma direção de arte que opta por um visual pé no chão, real, ainda que sempre temperado por uma certa fantasia (da qual, principalmente, uma ótima maquiagem dá conta de todo recado, mesmo com pouco CGI), quanto uma vontade do roteiro de ser simples e objetivo.

Solomon Kane precisa chegar a essa moça capturada por um feiticeiro que tomou um reino, é nesse meio tempo que a trama se forma, muito mais por meio de sequencias de ação do que por palavras. Não uma correria desenfreada, mas uma aventura como ela deve ser, com um ritmo que eclipsa até uma montagem e uma direção repetitiva, que teimam em movimentos e cortes semelhantes demais e acabam resultando em uma estrutura que funciona, mas que fica bem aquém das possibilidades oferecidas, ainda que Basset apresente uma ótima mão para cenas de ação e slow motion (assim como em mais um punhado de momentos plasticamente interessantes).

Esse visual apurado contribui ainda mais para uma violência gráfica que condiz perfeitamente, tanto com a ferocidade do personagem, quanto pela sua origem literária, e mais importante, não cai em clichês fáceis e que sempre desgastam o gênero, como piadas e coadjuvantes engraçadinhos, assim como, por outro lado, não se esconde atrás de nada e tem coragem de sacrificar personagens pelo bem da trama. Solomon Kane é sério, amargurado e, a partir de um momento, só se preocupa em acabar com o mal.

Para coroar tudo isso, um elenco interessante compõe ainda mais para “Solomon Kane” ser considerado um acerto, com um monte de caras conhecidas e a presença mais que ilustre da lenda Max Von Sydow, sempre competente e acrescentando algo por onde passa. O papel título fica nas mãos de James Purefoy, vindo da TV e que se resume a uma canastrice que pouco incomoda, já que acaba captando perfeitamente a natureza tanto do personagem quanto do filme, que nada mais é do que um ótimo filme de aventura, sem preocupação de ser nada, além disso, o que já é o suficiente.


Solomon Kane (Fra, CZE, RU, 2009) escrito e dirigido por Michael J. Basset, a partir do personagem de Robert E. Howard, com James Purefoy, Max Von Sydow. Rachel Hurd-Wood, Pete Postlethwaite e Jason Flemyng


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3 Comentários. Deixe novo

  • Vinicius Carlos Vieira
    26/09/2011 9:39

    muito obrigado Ana, um crítico de cinema elogiado é sempre um crítico de cinema feliz…..

  • seuuuuuuuuuuuuuuu gostosoooooooooo

  • ah ese homem é um gato uma delicia de homem muito lindo ele é um gostoso

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