Super Velozes, Mega Furiosos é uma paródia de Velozes e Furiosos. Essa informação é tão irrelevante quanto o próprio filme, que brinca com os estereótipos dos atores da série e se esquece que a franquia já vem se tornando irrelevante sem precisar da ajuda de ninguém.
Escrito e dirigido pela dupla culpada por Todo Mundo em Pânico 1, 2, 3… e 4, a história se concentra nos detalhes do quinto filme da série original, quando os pilotos fora-da-lei precisam roubar uma quantia exorbitante de dinheiro de um mafioso local para conseguir fugir antes que o detetive Rock Johnson os coloquem atrás das grades. Brincando a sério com as personas de Vin Diesel e de Dwayne Johnson, os atores que os interpretam são tão competentes quanto os originais em imitar os seus trejeitos, o que traz a dúvida de qual é a pior dupla de atores: a original ou a falsa?
Enquanto isso, piadas da década passada são recicladas (leia-se repetidas à exaustão), como a namorada de Vin Serento/Dominic Toretto ser lésbica, ou Rock Johnson/Dwayne Johnson ficar constantemente passando óleo de bebê em seus musculosos braços. O tom da narrativa nunca se acerta, pois enquanto há de fato algumas boas tiradas, como o fato de toda cena de crime ter mais de uma câmera apontando para o mesmo lugar de ângulos diferentes, ou o sósia de Paul Walker ser estigmatizado por ser 100% branco, piadas como o roubo da igreja são batidos demais e parecem nunca se encaixar com o “espírito” do projeto.
Porém, há de fato um bom filme travestido de ruim em cerca de 50% da história. Inspirado em filmes mais “maduros” como Apertem os Cintos o Piloto Sumiu ou Top Secret!, constatar que os detalhes de como a gangue é escalada baseado na etnicidade esperada pelos fãs ao mesmo tempo que é revelado que eles na verdade são meros estereótipos manjados de filmes de ação (entre eles se encaixam Os Mercenários, por exemplo) é uma grata surpresa.
Mesmo tentando ridicularizar uma franquia fraca, assim como seus “personagens”, os fãs de Velozes e Furiosos vão passar batido das possíveis ofensas ao sub-gênero, por elas serem ou estúpidas ou obscuras demais. E, convenhamos, apenas o fato de haver uma corrida de super-carros já é o suficiente para chamar a atenção dos simpatizantes de Vin Diesel. É preciso mais do que um Todo Mundo em Pânico sobre rodas para manchar a imagem construída com o suor de sete filmes e dezenas de motores super-potentes (e movidos a nitro).
“Superfast!” (EUA, 2015), escrito e dirigido por Jason Friedberg e Aaron Seltzer, com Lili Mirojnick, Dale Pavinski, Andrea Navedo, Alex Ashbaugh, Daniel Booko, Joseph Juliam Soria e Dio Johnson.
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F*#@-se (Censurado pelo editor)