Vício Inerente Filme

Vício Inerente

Paul Thomas Anderson volta ao seu estilo Boogie Nights e, de certa forma, Magnólia, com esse Vício Inerente. A história gira em torno de Larry “Doc” Sportello (Joaquin Phoenix), um hippie, viciadoVício Inerente Poster em diversas drogas e detetive particular nas horas vagas. Horas vagas essas que se tornam uma constante quando ele vai pegando três casos de uma só vez que parecem estar ligados em torno da persona do empreiteiro Mickey Wolfmann. Tudo começa quando sua ex-namorada, Shasta (Katherine Waterston), lhe faz a mais estranhas das visitas dizendo que Mickey é seu novo amante e pede que Doc impeça que a esposa do empreiteiro e seu amante internem-no em um asilo. Apenas essa premissa já seria complicada, mas as coisas vão piorando.

Envolvendo na trama o detetive durão Christian F. “Bigfoot” Bjornsen (Josh Brolin) e uma dezena de atores conhecidos com papéis que complementam a história de maneira não-essencial, o filme é basicamente uma “viagem” completa que contém a atmosfera de sua época (anos 70) com seres surreais, incluindo mulheres libidinosas passeando pelos olhos do protagonista. Quer dizer, isso é o que vemos e que parece estar se passando na cabeça do nosso “herói”, pois não há nenhuma cena sem sua presença. Doc, seu ar cansado digno dos filmes noir, é o centro de sua história e todos giram em torno dele, incluindo sua própria narradora onisciente, interpretada como uma mulher (Joanna Newsom) que decide seguir sua vida e narrar seus pensamentos.

Vício Inerente Crítica

O roteiro foi adaptado por Thomas Anderson a partir do romance homônimo de Thomas Pynchon, mas há tantos elementos visuais durante a narrativa que a história, “inerentemente” complexa, acaba ficando em segundo plano. Uma decisão mais inteligente que, por exemplo, Trapaça (2013), pois não usa sua trama para revelações finais previsíveis. É muito mais prazeroso sentir a atmosfera criada por Anderson e sua equipe, como película granulada, os figurinos femininos estonteantes (ou até as roupas surradas de Doc Sportello, que acompanham sua mente desgastada) e a fotografia que se aproveita da falta de luz para fazer surgir o tom noir.

No entanto, por mais belas que sejam as cenas, elas se tornam cansativas (talvez de propósito?) pela falta do que dizer, ou por querer dizer muitas coisas sem um foco. Nesse sentido a estrutura de Vício Inerente parece querer sugerir a própria psique de seu personagem, uma pessoa que nunca conhecemos de fato e que parece estar alheio à sua própria existência. Doc está preso em sua própria época (há uma hora em que ele sugere brincando estar em uma máquina do tempo) e o filme reflete isso com todas as forças de sua arte.


“Inherent Vice” (EUA, 2014), escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, baseado na obra de Thomas Pynchon, com Joaquim Phoenix, Joanna Newsom, Jordan Christian hearn, Josh Brolin, Eric Roberts, Maya Rudolph, Benicion Del Toro, Jena Malone e Owen Wilson


Trailer – Vício Inerente

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