Vingadores: Guerra Infinita Filme

Vingadores: Guerra Infinita | Um épico e poderoso final de temporada


Dez anos e 18 filmes depois, enfim acabou a primeira temporada dessa megalomaníaca série que a Marvel resolveu criar. Vingadores: Guerra Infinita é então esse ¿season finale¿ épico, poderoso, cheio de surpresas, sem tempo a perder e juntando na tela tudo aquilo que você realmente estava esperando ver.

E isso, seja você um fã de muito tempo atrás (entenda ¿leitor de gibi¿) que vai gostar de ver o nome de Jim Starlin sendo agradecido (nos créditos finais) especialmente por sua ¿importância para o filme¿, ou fã novo, que descobriu sua paixão com Robert Downey Jr.. Não importa, os dois sonharam com esse momento e ele está ai para todos se deliciarem.

Mas como os irmãos Russo (dos dois Capitão América) não perdem tempo, melhor não fazer o mesmo.

Vingadores conta a história de Thanos, um dos seres mais poderosos que se tem conhecimento, mas que descobre ter a missão de salvar todo o universo. Entretanto, ele só conseguirá uma proeza desse tamanho se juntar as seis joias do infinito, artefatos criados no começo de tudo para equilibrar as forças que gerem a existência.

O problema é que Thanos acaba descobrindo que um grupo de humanos, os Vingadores (com a ajuda dos Guardiões da Galáxia), tanto estão em posse de duas dessas joias, como ainda não negarão esforços para impedir que Thanos complete sua missão de salvar o universo.

Sim, se Guerra Infinita chega perto de ter um protagonista, esse personagem é Thanos. É ele quem tem que se movimentar por essa jornada, enfrentar seus antagonistas, encontrar seu destino, fazer sacrifícios e lutar contra tudo e todos para conseguir alcançar seu sonho.

Thanos é ¿vivido¿ por um Josh Brolim (captação de movimentos e voz) que não só da conta do recado, como encara um personagem dolorido dentro daquilo que ele tanto quer. E mesmo que só consiga enxergar através de um reflexo distorcido do que ele acha ser uma verdade, o faz com a convicção de quem está fazendo o que é certo. Existe uma melancólica distorção da lógica de suas ações, assim como no Zemo em Guerra Civil e Killmonger em Pantera Negra, o que deixa claro que a Marvel, enfim encontrou o rumo de seus vilões.

 

Vingadores: Guerra Infinita

Não é preciso torcer para Thanos, mas sim entendê-lo e aceitar que toda sua violência e loucura tem uma razão de existir. E ainda que os irmãos Russo continuem sem conseguir imprimir qualquer tipo de emoção mais profunda em seus filmes, compensam isso com uma capacidade enorme de colocar suas câmeras nos lugares exatos para acompanhar um monte de cenas de ação incríveis.

¿Incríveis¿, não ¿de tirar o fôlego¿ ou ¿emocionantes¿, no máximo empolgantes e diretas. E em um filme com mais de 30 personagens passeando pela tela, ter a certeza de que você vai enxergar todos em suas ações, torcer por seus golpes e conseguir ver seus voos e poderes é quase tão incrível quanto acreditar que tudo isso possa fazer sentido.

Christopher Markus e Stephen McFeely, dupla que escreveu Soldado Invernal e Guerra Civil, consegue encontram, não só uma história que sustente esse monte de gente em tela, como ainda são capazes de fazer um trabalho inimaginavelmente competente de conseguir aproveitar cada um desses super-heróis, tramas e arcos. Logicamente que tudo isso com uma carga sempre enorme de referências aos outros filmes da Marvel e ainda aquele monte de piadas que podem parecer completamente fora de contexto enquanto se tenta salvar o mundo e/ou o universo. Quanto mais o tempo passe, menos esses alívios cômicos têm espaço dentro da seriedade do terceiro ato, mas mesmo assim, no resto do tempo, isso fará com que muita gente torça o nariz para toda essa alegria anterior (com razão).

E toda essa misturada consegue sobreviver através de arcos bem colocados e que sabem a hora de entrar e sair de cena. Não existe desperdício, do momento que o espectador começa a acompanhar um grupo de personagens em uma situação, não será interrompido enquanto aquilo não se resolver. Como em um grande tabuleiro de xadrez, os Russo posicionam suas peças muito bem antes de fazer seus movimentos, o que faz com que tudo seja incrivelmente claro e enxuto.

Vingadores: Guerra Infinita Crítica

Tudo isso ainda fica melhor ao possibilitar encontros incríveis como o de Stephen Strange (Benedict Cumberbach) e Tony Stark (Roberto Downey Jr.) disputando o título de herói mais pedante/metido a besta. Por outro lado, a presença dos Guardiões da Galáxia acaba criando sempre uma aura abobalhada para eles diante dos outros personagens, mas nada que possa atrapalhar, por exemplo, o ótimo momento de Gamora (Zoe Saldana) com seu pai, Thanos (que é o que mais chega perto de ser emocionante do filme inteiro).

E tudo isso só funciona graças a vontade que os Russo têm de não perder tempo. Guerra Infinita só não começa exatamente no momento que acaba Thor Ragnarok, pois o espectador já é apresentado a um cenário onde Thanos derrotou todo e qualquer asgardiano presente naquela nave. E fica fácil entender a força dele diante de tamanha selvageria, assim como é simples acompanhar cada vez que a trama chega em um planeta ou canto da Terra e é sempre seguida de uma cena de ação que empurra seus personagens mais e mais para o destino inevitável.

Portanto, se é divertido acompanhar o quanto esse Universo Cinematográfico da Marvel chega agora aos quatro cantos do universo com cenários e personagens cheios de personalidade, nada disso permanece parado, tudo sempre vira o lugar perfeito para uma cena de ação que vai te fazer acreditar que Vingadores: Guerra Infinita já seja um dos grandes filmes de ação do ano.

E principalmente, porque ele se propõe a isso, quer ser esse filme costurado pela emoção da batalha, mas que também quer mostrar até onde vai a força de vontade desse protagonista para cumprir o que ele acredita ser seu destino. Um ciclo de violência e loucura que, custe o que custar, irá um dia lhe dar a paz de seus feitos.

Portanto, se no final do filme você não quiser ficar esperando até a cena pós crédito (fique!), pelo menos fique por ali pensando um pouco sobre o que realmente aconteceu e como o final de uma temporada pode ser tão poderoso. Não por surpreender alguém, mas sim por ser aquilo que estava sendo tramado desde que Nick Fury surpreendeu Tony Stark com a Iniciativa Vingadores.

E que venha 2019 com o quarto Vingadores (ainda sem título), ou provável primeiro capítulo dessa segunda temporada.


¿Avengers: Infinity War¿ (EUA, 2018), escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely, dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, com Elizabeth Olsen, Josh Brolin, Tom Holland, Scarlet Johansson, Chris Pratt, Chris Evans, Chris Hemsworth, Sebastian Stan, Robert Downey Jr., Zoe Saldana, Bennedict Cumberbatch, Chadwick Boseman, Dave Bautista, Paul Bettany, Danai Gurira, Peter Dinklage, Mark Ruffalo, Don Cheadle e Anthony Mackie.


Trailer ¿ Vingadores: Guerra Infinita

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