Heroína(s) | Indicado ao Oscar mostra luta contra heroína


A câmera de Heroína(s) parece sempre estar encolhida como um observador, tanto estarrecido com o tamanho do problema com o qual está lidando, quanto diante da força dessas três mulheres, que são o ponto principal desse curta indicado ao Oscar.

E Heroína(s) é aquele tipo de filme que chaga à premiação da Academia por ser verdadeiro e mostrar um lado humano e social que, muitas vezes, é ignorado e jogado para baixo do tapete, principalmente naquela fictícia sociedade americana onde tudo é perfeito.

O filme dirigido Alaine McMillion Sheldon vai até Huntington, West Virginia, uma daquelas cidadezinhas com prédios baixos e uma população de trabalhadores envolvidos em carvão, petróleo e ferro. Mas por trás disso se esconde (ou não) a ¿Capital da Heroína¿.

De dentro do carro com uma bombeira responsável pelo tratamento emergencial de overdoses, você fica sabendo que à cada 10 horas alguém passa por esse tipo de problema na cidade. E esses números são apenas a ponta do iceberg, eles vão crescendo enquanto a câmera de Heroína(s) tenta acompanhar a profusão de chamadas com gente que precisa ser reanimada.

A razão passa pelo vício e pela necessidade sócio-econômica de remédios em uma sociedade cada vez mais sem dinheiro para recorrer ao lado ¿legal¿ de qualquer tipo de tratamento.

Heroína(s) Filme

Heroína(s) ainda estende sua visão para mais duas personalidades dessa luta, uma juíza com um programa de reabilitação e uma pastora que tenta recuperar prostitutas e moradoras de rua viciadas em drogas pesadas.
Três lados de uma mesma moeda que o documentário tenta mostrar com clareza. Três pessoas que não encontram esforço nem barreira que as façam parar de lutar pelo objetivo de salvar vidas.

E para a câmera de Sheldon, isso é suficiente para apenas deixa-la ligada enquanto você se emociona com essas lutas e com uma dose cavalar de esperança.

Em certo momento, enquanto discute sobre a importância do ¿ressuscitamento¿ de vítimas de overdose por meio de um remédio chamado naloxona e confronta a ideia de ¿se valeria a pena fazer isso repetidas e repetidas vezes¿, o documentário corta para uma das poucas vezes que se deixa levar por um personagem que não seja as três, uma ex-vítima de overdose que foi ressuscitado e hoje ajuda a bombeira.

Sim, Heroína(s) não é sutil, mas para realmente atingir o público e mostrar um lado do país que muita gente prefere ignorar, o melhor mesmo é esfregar na cara deles com toda força possível.


¿Heroin(e)¿ (EUA, 2017), escrito e dirigido por Elaine McMillion Sheldon


Trailer ¿ Heroína(s)

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