Logo de cara, mesmo antes do filme em si, o logotipo da New Line se desfaz em pedaços que são arremessados na sua direção, logo depois, a câmera grudada no chão, deixa um monte de carros de stock car fazerem o mesmo, ambos apontando que: se você não está de óculos 3D está perdendo toda diversão e que o diretor David R. Ellis não tem a menor vergonha de fazer disso o único mote de seu filme.

A grande impressão que se tem nesse Premonição 4 é de um filme pouco preocupado em ser nada a não ser uma experiência em 3D. Não algo como Avatar mas sim como “vou jogar tudo possível e imaginável na sua cara durante todo filme”, portanto, se você não viu no cinema, no mais puro 3D, espere a tecnologia chegar a sua casa (ou pelo menos veja-o pensando no quanto aquilo estaria mais divertido pulando da tela).

Bem verdade, essa terceira sequencia do filme de terror de 2000, não presta tanto quanto as outras duas, ficando bem aquém do primeiro (e todo sua novidade), mas, ao não ter vergonha nenhuma disso, acaba acertando em cheio quem só a procurará por pura diversão descompromissada e, por que não, cheia de culpa, já que é impossível não se envergonhar com todo resto entre as cenas de mortes/acidentes.

A câmera um pouco estática de Ellis (que tinha feito o segundo, além do divertido Serpentes a Bordo) acaba mostrando apenas um show interpretações horripilantes e uma trama pouco interessante sem um pingo de surpresa, mas, bem verde, quem se importa com tudo isso quando o que todos procuram está lá, misturado com viceras, muito sangue e um monte de pequenas coisas esbarrando em outras, depois em outras e mais outras que resultam em membros decepados, chuvas de entranhas, cabeças perfuradas e mais alguns outros “quitutes” para os amantes do gênero, tudo, batizado com um CGI convincente e bacana, que não priva a câmera de alguns closes “esclarecedores”.

Enquanto para muitos isso pode beirar o mal gosto, o melhor mesmo é tentar entender Premonição 4 do mesmo jeito que um dos personagens explica a corrida no começo do filme, na qual ele só vai a ela a procura de um monte de batidas e acidentes entre os carros, do mesmo jeito que o espectador que entra no cinema (ou aluga-o), só o fazendo por estar atrás desse tipo de ação. Uma platéia que se divertirá com uma aparente falta de vergonha na cara na hora de criar personagens afundados em clichês até o pescoço, como o caipira (Redneck) ruivo, metaleiro, que dirige um reboque sujo e tem uma suastica tatuada no braço, um exemplo claro de como não criar um personagem real, mas que diante de toda trama passa despercebido. Assim como o amigo playboy, a amiga crédula, o homem amargurado e mais um monte de vítimas prontas para serem abatidas por aquele ventinho sádico que vem fazendo verdadeiros estragos desde que aquele bando de adolescentes escapou do desastre aéreo.

Premonição 4 parece se divertir sendo ele mesmo, rindo até do próprio cinema 3D no último ato (dando quase um passo em direção a uma metalinguagem, mas aparentemente achando todo esse papo muito chato e explodindo tudo mais que rapidamente), que antes disso ainda pergunta ao nazista-caipira por que ele não quer ser amigo do negro (“why can´t we be friends” tocando em seu rádio), e no fim das contas… bem, no fim, seguindo à regra tudo aquilo que já foi feito, não deixa muito para contar a história, até a próxima sequencia.


The Final Destination (EUA, 2009) escrito por Eric Bress, dirigido por David R. Ellis, com Nick O´Bannon, Shantel VanSanten, Lori Milligan, hunt Wynorski, Janet Cunninham, Krista Allen e Mykelti Williamson


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