A Babá: Rainha da Morte | Maior surpresa é existir


A Babá, terror de 2017 que surgiu de repente ne Netflix ganhou muitos fãs, justamente, por surpreender a maioria deles com uma trama completamente inesperada e uma vontade única de não se levar a sério. Já sua continuação A Babá: Rainha da Morte, surpreende por existir.

Dirigido pelo mesmo McG do primeiro (e de As Panteras, aquele de 2000), e sem a presença do roteirista original Brian Duffield, esse segundo filme é uma espécie de tentativa de continuar uma história que já tinha terminado, contando um pouco mais sobre personagens que ninguém mais se importa. E nem seria preciso tanta gente para escrever essa bobagem, o que só deixa o estrago ser ainda maior.

A premissa começa até minimamente interessante, acompanhando o protagonista do primeiro filme, Cole (Judah Lewis), dois anos depois, ainda sofrendo como pesadelos e tentando se tornar a pessoa mais esquisita do colégio, com um terno de veludo (com colete) e a impressão de que o problema é ninguém acreditar que sua babá fazia parte de uma seita satânica que tentou mata-lo (mas o problema é claramente o terno!).

É preciso dizer, enquanto esse primeiro momento tenta a todo custo fugir da repetição do primeiro, ele funciona, principalmente, pois ninguém quer ver o mesmo filme duas vezes. Mas essa felicidade dura pouco e logo o filme mergulha em uma série de desculpas esfarrapadas para colocar Cole no exato mesmo lugar que já esteve, porém, como estamos falando de uma continuação, com alguns acréscimos no elenco para ter mais gente tentando mata-lo.

O roteiro ainda enfia na história um novo interesse romântico para Cole além de Melanie (Emily Alyn Lind), a esquisitona Phoebe (Jenna Ortega), que é movida por uma monstruosa série de conveniências da trama que soam exageradas até para um filme que tem intenções de ser completamente maluco.

Essa maluquice também não é tão grande assim, McG até tenta te conquistar com um gore exposto e litros de sangue falso, mas tudo parece tão forçado e sem a naturalidade do primeiro e que é difícil seguir com interesse, ainda mais quando o diretor parece perder completamente a mão. Primeiro uma pedra esmagando uma personagem que deixaria o Coiote orgulhoso, depois, mais para o final, uma luta imitando vídeo game visualmente preguiçosa e que beira o amadorismo ou a falta de dinheiro.

O clima ainda é completado por um caminhão de referências que vão do “banjo duet” de Amargo Pesadelo até o quanto Jordan Peele e esse novo momento do terror terem progredido para não matar o personagem negro antes de todo mundo. As piadas funcionam, todas chegam com uma agilidade interessante e nunca como um punch line, o que não atrapalha o andamento da trama, mas sempre deixam a dúvida: para quem elas são? Com claras intenções “teens”, soterrar o filme com referências a músicas e filmes que nos anos 80 já eram batidos, parece forçar uma barra que não tem resultado eficiente para seu público.

Para completar o desastre, o espectador ainda é obrigado a aguentar a volta de parte do elenco do primeiro filme, dessa vez com ainda menos vontade de estarem ali e se tornando caricaturas preguiçosas deles próprios. Bella Thorne, Hana Mae Lee e Andres Bachelor não tem absolutamente nada a acrescentar aos seus personagens e apenas voltam para um lugar onde não deveriam ter ido na primeira vez. Talvez apenas Robbie Amell se dê bem nessa volta, já que continua entendendo o quanto é impossível levar seu personagem à sério, e tirando disso algumas boas piadas.

Mas nadas disso precisava estar em A Babá: Rainha da Morte, já que nada consegue servir de razão para essa que continuação não tivesse continuada no limbo das péssimas ideias, junto com seus personagens e o tal Livro de Sangue… que continua com as páginas abertas no final do filme, para o azar de todo mundo que teve que aguentar esse desastre e, muito provavelmente, terá que conviver com mais um filme da franquia, já que nem Satanás deve conseguir aguentar esse monte de gente lá por baixo.


“The Babysitter: Killer Queen” (EUA, 2020); escrito por McG, Dan Lagana, Brad Morris e Jimmy Warden; dirigido por McG; com Judah Lewis, Samara Weaving, Jenna Ortega, Emily Alyn Lind, Andrew Bachelor, Robbie Amell, Bella Thorne, Hana Mae Lee, Ken Marino, Leslie Bibb, Mixilian Aceveda e Juliocesar Chavez


Trailer do Filme: A Babá: Rainha da Morte

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