Alerta Vermelho | Crítica do Filme | CinemAqui

Alerta Vermelho | É meia-boca… mas não adianta falar nada

Os mega blockbusters chegaram à Netflix. Depois de ensaiar algumas grandes produções, faltava ao estúdio/serviço de streaming um filme gigantesco, com cifras tão grandes que nem fizessem sentido, além de estrelas do primeiro escalão disputando quem tem o maior salário. Falta também pegar tudo isso e jogar em um filme meia-boca. Alerta Vermelho é tudo isso e mais um pouco.

Não à toa, o filme que custou US$ 200 milhões se tornou a maior estreia da Netflix. Infelizmente isso não quer dizer qualidade, mas sim que uma fórmula dessas não tem como dar errado. Portanto, Alerta Vermelho é um daqueles filmes que não conseguem ser analisados. Não importa o que se diga, o filme vai sempre parecer maior do que qualquer opinião.

O cinema faz isso há anos. Grandes filmes com astros maiores do que seus nomes passeando por cenários pelo mundo enquanto a trama não conta muita coisa. É preciso ainda ter um monte de cenas de ação com cortes acelerados e uma câmera que parece não conseguir ficar parada. Uma quantidade enorme de coisas acontecendo na tela, junto com gente bonita demais, assim ninguém percebe a porcaria de história que estão “vivendo”.

O trio de beldades é formado por Dwayne “The Rock” Johnson, Ryan Reynolds e Gal Gadot. O primeiro, um agente do FBI à procura dos dois maiores ladrões de artes do mundo (os outros dois). Só que o “tira” acaba pedindo ajuda do personagem de Reynolds para caçar “O Bispo” (Gadot), o que faz com que eles então partam para o roubo de três ovos de ouro que foram da Cleópatra, seja lá como eles tenha chegado nessa conclusão. Não Importa, tem “parkour”, tem perseguições de carro, tem perseguições de carro dentro de um bunker nazista nas florestas da Argentina e até uma tourada.

Alerta Vermelho tem de tudo e o diretor Rawson Marshall Thurber dá conta do recado, pelo menos visualmente falando, já que no resto do tempo o roteiro, também escrito por ele, não tenha nenhuma intenção de fazer sentido. Tem até uma reviravolta para se achar espertão, mas nada que chegue nem perto de uma trama que tente ser coerente.

Alerta Vermelho | É meia-boca... mas não adianta falar nada

Tudo bem, procurar coerência em meio a toda essa bagunça pode soar pretencioso, mas é complicado demais ver uma trama que vai se jogando para frente sem qualquer aparente motivação que não seja surpreender o espectador com algo que, quando chega naquele momento, ninguém se importa. O desinteresse é tanto que o filme precisa fazer uma montagem de flashbacks para mostrar as cenas que o espectador poderia ter entendido errado.

Mas o objetivo é mesmo só gastar o dinheiro da Netflix. As passagens pelos países não acrescentam nada a não ser umas trocas de roupas (nos videogames é o que chamam de “skins”), e o elenco custou US$ 60 milhões, mas sem qualquer resultado além do chamariz para os espectadores. É lógico que isso é óbvio, mas as atuações das três estrelas são tão aquém de qualquer qualidade deles que fica difícil acreditar que algum dos três esteja levando o filme a sério.

“The Rock” fala pouco e Gadot aparece pouco, entretanto Reynolds ainda parece incorporado pelo Deadpool e não cala a boca nem por um segundo sequer no filme inteiro. É lógico que essa dinâmica até carrega uma ou outra piada, mas nunca o suficiente para que o valor de seus cachês se transform em qualidade.

Alerta Vermelho é o filme mais caro da Netflix, é também um daqueles momentos onde o estúdio prova que está aí para ser mais um estúdio com dinheiro suficiente para fazer um produção gigantesca e com ação suficiente para o espectador não perceber o quanto aquilo tudo é uma bobagem maior ainda.


“Red Notice” (EUA, 2021); escrito e dirigido por Rawson Marshall Thurber; com Dwayne “The Rock” Johnson, Ryan Reynolds, Gal Gadot, Ritu Arya e Chris Dimantopoulos


Trailer do Filme – Alerta Vermelho

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