As Paredes Falam | Das cavernas aos muros

Carlos Saura, diretor de clássicos como Cria Corvos e neoclássicos documentais como o musical Argentina, está explorando possibilidades. E eu vejo uma fase de reavaliação em As Paredes Falam, trabalho que une as pinturas pré-históricas e a arte das ruas, o grafiti.

Neste filme são conversados temas subjacentes à arte da pintura, como a afirmação do ego e a criação individual de um artista, além do suposto ciclo que iniciou nas pinturas rupestres e se completa com a arte contemporânea ou moderna. Isso é discutido no longa com colegas e conhecidos do cineasta, que teoricamente são especialistas no que dizem.

No entanto, há um certo tom de achismo e muita opinião para pouca ciência. E quando se fala de comportamento humano de dezenas de milhares de anos atrás não há muito conhecimento disponível. Nesse caso deveria haver um aviso no início ou final do filme de que tudo é apenas uma visão poética desses artistas sobre como eles imaginam que ambas as artes se conectam, ou em quais circunstâncias o ser humano pré-histórico provavelmente fez aqueles desenhos.

Saura aparece no filme entrevistando as pessoas e acha praticamente tudo o que vê maravilhoso e fantástico. Sem muita argumentação e mais contemplação, este encontro de artistas vira um passatempo despretensioso que poderia ser assistido entre experiências mais sérias. Não me leve a mal: a ideia é boa, mas faltou se aprofundar… ou ao se aprofundar se descobre que ela não é tão boa assim?


“Las Parede Hablan” (Esp, 2022), escrito por José Morillas e Carlos Saura, dirigido por Carlos Saura.


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Trailer do Filme – As Paredes Falam

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