[dropcap]H[/dropcap]alloween é época de filme de terror! E quando se fala em terror o que mais se lembra é do monte de sequencias desprezíveis e infinitas que “queimam o filme” de qualquer vilão famigerado e violento. Mas isso nem é tão verdade assim.
Do exagerado monte de continuações, algumas funcionam sim, e na sua maioria serviram para que seus “donos” se tornassem até mais eternos. Portanto, confira dez sequencias que merecem sua atenção.
Hora do Pesadelo 3 – Guerreiro dos Sonhos
(1987) “A Nightmare on Elm Street 3: Dream Warriors”, dirigido por Chuck Russel
Por mais que Wes Craven já tenha criado história com seu primeiro Freddy Kruger, e o segundo filme nem tenha sido tão ruim assim, é nesse terceiro que a franquia parece se fortalecer e ser pavorosamente divertido, tudo isso com um elenco interessante e uma premissa divertida e inesperada nesse hospital cheio de “pretensas vítimas”. Curiosamente, Hora do Pesadelo 3 é escrito por um tal de Frank Darabont, que logo depois fez o remake de A Bolha Assassina e muito tempo após isso dirigiu as adaptações de Stephen King Um Sonho de Liberdade e O Nevoeiro (além do sucesso da TV The Walking Dead).
Jogos Mortais 2
(2005) “Saw 2”, dirigido por Darren Lynn Bousman
Diante de um primeiro filme genial que surpreendeu a todos, seria extremamente difícil manter esse frescor, e Jogos Mortais 2 faz isso de modo tão poderoso e preciso que estragou todo resto da franquia, que acabou se resumindo a um esforço dispendiosamente chato de enganar o espectador com truques temporais, ainda que só nesse segundo isso realmente funcione.
Sexta-Feira 13 – Parte 3
(1982) “Friday the 13th Part III”, dirigido por Steve Miner
Ainda que o primeiro tenha criado a mítica, o segundo tenha dado Jason aos cinemas e o quarto filme seja, sem sombra de dúvidas muito mais interessante, é nesse terceiro que o filho da maluca da primeira história, mesmo que ataca um monte de jovens vestindo apenas um saco na cabeça (no segundo), “ganha” sua famosa máscara de hockey que acabou se tornando muito maior do que qualquer vilão, história ou trama. E uma outra curiosidade é que essa terceira parte foi lançado em 1981 em 3D, na chamada segunda tentativa de emplacar essa tecnologia que hoje é tão popular.
Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras
(2000) “Book of Shadows: Blair Witch 2”, dirigido por Joe Berlinger
Não existia dúvida alguma que o sucesso Bruxa de Blair pudesse ganhar uma sequencia, o que talvez ninguém esperasse, ainda mais quando foi chamado para a direção o documentarista Joe Berlinger, da trilogia Paradise Lost (já tinha feito o primeiro, e mais tarde do ótimo Some Kind of Monster, aquele do Metallica), fosse que essa continuação acabasse sendo “normal”. Normal e real, até muito mais que o original, já que brincava com uma metalinguagem para lá de interessante, não perdia o impacto da novidade, não ignorava tudo que tinha acontecido e, ainda por cima, surpreendia muita gente com uma série de reviravoltas divertidas. Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras foi um fracasso, justamente, por que não queria repetir uma fórmula que até hoje ainda é copiada.
Premonição 4
(2009) “The Final Destination”, dirigido por David R. Ellis
Se existem franquias repetitivas, não há dúvidas que Premonição é uma dessas, mas depois de três filmes que já esforçaram demais em criar novas e mais criativas mortes (só isso mesmo, resto da trama é sempre igual), chegar aos cinemas no auge da volta do 3D fez um bem enorme para a série. Com a maior cara de pau do mundo, o diretor David R. Ellis (que já tinha feito o segundo em 2003 e o divertido Serpentes A Bordo três anos depois), simplesmente mostra o quanto tinha coisa para ser jogada em sua cara. Portanto, em tempo de TVs 3D, nada melhor que voltar não só ao quarto, mas a todos que vieram na sequencia e não se esconderam nessas duas dimensões.
Uma Noite Alucinante
(1987) “Evil Dead II”, dirigido por Sam Raimi
Originalmente lançado como continuação de A Morte do Demônio, não há dúvida que ele mais pareça um remake em um primeiro momento, mas que logo mais continua aquela história do primeiro e vai muito mais além, já que faz de Ash (o protagonista interpretado por Bruce Campbell) a estrela/lenda que ele se tornou e deixa a impressão de ser o filme que o diretor Sam Raimi parecia querer fazer seis anos antes, mas que não tinha grana para fazer.
Silêncio dos Inocentes
(1991) “The Silent of the Lambs”, dirigido por Jonathan Demme
E aqui a surpresinha da lista, já que ninguém lembra que o psicopata comedor de gente vivido por Anthony Hopkins já tinha ganhado o cinema em “Caçador de Assassinos”, de 1986 (dirigido pelo mesmo Michael Mann de O Último dos Moicanos e Fogo contra Fogo). Enfim, Hopkins entra no lugar que foi de Brian Cox e Jonathan Demme no de Mann, tudo isso para acabar sendo lembrado para o resto da história como um dos melhores filmes de todos os tempos. E falando em curiosidades, aquele mesmo Dragão Vermelho lançado em 2002 é, justamente, a adaptação do mesmo livro no qual foi baseado o primeiro filme.
Atividade Paranormal 3
(2011) “Paranormal Activity 3”, dirigido por Henry Joost e Ariel Schulman
E falando em Bruxa de Blair, talvez nenhuma outra franquia tenha conseguido aproveitar tão bem a ideia de “fitas encontradas” quanto Atividade Paranormal. Assim como, mesmo diante do sucesso repetitivo dos dois primeiros filmes, é somente no terceiro que se percebe o quanto é possível assustar e contar uma história bem diferente ao mesmo tempo em que não ignora todo resto.
Madruga dos Mortos
(1978) “Dawn of the Dead”, dirigido por George A. RomeroDez anos depois de “inventar” o gênero de zumbis, George A. Romero voltou, praticamente, para contar a mesma história de um pequeno grupo de sobreviventes diante do apocalipse de mortos-vivos. Mas se a ideia era repetir a estrutura, por que não aproveitar isso para dar ares de crítica social e consumismo, colocando todos dentro de um enorme Shopping Center e, ainda por cima, deixando mais claro ainda que não há desculpas: diante de um monte de zumbis o monstro mais perigoso é o ser-humano mesmo.
Halloween 2 – O Pesadelo Continua
(1981) “Halloween II”, dirigido por Rick Rosenthal
Três anos depois do primeiro, Michael Myers está de volta, mas diferente do resto das franquias, nesse caso o espectador tem a oportunidade de continuar exatamente de onde o primeiro acabou. E isso literalmente falando, já que, mesmo com Carpenter dando lugar a Rick Rosenthal (que depois ainda dirigiu Halloween: Ressureição em 2002), tudo continua no mesmo ritmo e ainda não se repetindo, já que sai das ruas e inferniza o hospital onde a coitada da protagonista do primeiro acorda depois dos eventos do primeiro. Curiosamente, muito tempo depois, enquanto Rob Zombie se metia a refilmar a franquia, é justamente a brincadeira que ele faz com esse momento (no comecinho de seu segundo filme, em um hospital) que acaba sendo a única coisa que presta nessa retomada.