Funcionários da Pixar acusam diretoria da Disney de censurar cenas LGBTQIA+

Funcionários da Pixar acusam Disney de censurar cenas LGBTQIA+

Após a Disney ser acusado de financiar políticos que apoiam um projeto de lei homofóbico no estado da Flórida, funcionários da Pixar enviaram uma nota à diretoria da Disney dizendo que a empresa agiu para censurar conteúdo LGBTQIA+ de suas produções. Esse é mais um ingrediente em toda a polêmica envolvendo a casa do Mickey e o projeto de lei Don’t Say Gay (não fale gay, em tradução livre).

Segunda as informações publicadas pelo The Hollywood Reporter, um grupo de funcionários não identificados acusa a empresa de se silenciar sobre o projeto que proíbe a discussão de orientação sexual ou identidade de gênero nas escolas e de agir ativamente para censurar cenas abertamente homoafetivas. A nota surge após diversas críticas à postura do CEO Bob Chapek que tem evitado falar sobre o assunto. Na verdade, é ainda pior. Chapek chegou a dizer que não leva “posturas partidárias” para o trabalho.

Quase todos os momentos de afeto abertamente gay são cortados por ordem da Disney, independentemente de quando há protestos, tanto das equipes criativas quanto da liderança executiva da Pixar”, apontam os funcionários da Pixar.

Na última quarta-feira, Bob Chapek teve uma reunião com acionistas em que prometeu doar US$ 5 milhões de dólares para instituições que apoiam a causa LGBTQIA+ como uma maneira de reparar os danos. No entanto, a medida não parece ser o suficiente, já que toda essa discussão começou porque a Disney investiu US$ 5 milhões na campanha de políticos da Flórida favoráveis ao Don’t Say Gay.

Como essa luta é muito maior do que qualquer projeto de lei em qualquer estado, acredito que a melhor maneira de nossa empresa trazer mudanças duradouras é através do conteúdo inspirador que produzimos, da cultura acolhedora que criamos e das diversas organizações comunitárias que apoiamos”, disse Chapek em memorando na última segunda-feira.

A nova postura do CEO, que se deu após uma reunião com acionistas, não soou nada bem entre os funcionários LGBTQIA+ da Pixar. Na nota enviada à diretoria, eles lembram que, recentemente, a Disney interrompeu o lançamento de filmes na Rússia apenas oito dias após a invasão da Ucrânia. Além de cessar a doação a membros do congresso que se opuseram ao resultado da última eleição presidencial e apoiaram à invasão ao Capitólio em 2021.

Mas não para por aí. Em 2016, a empresa, comandada pelo então CEO Bob Iger, prometeu tirar suas operações da Geórgia caso fosse aprovado um polêmico projeto de “liberdade religiosa”. Iger, por sinal, cobrou publicamente uma postura mais firme de Bob Chapek sobre o Don’t Say Gay. Em respostas às críticas de do presidente Joe Biden ao projeto de lei, o executivo disse que espera que Biden esteja conversando sobre Chapek sobre esse assunto. A declaração foi vista como uma provocação direta ao atual CEO da empresa.

Se a Disney for verdadeira em seus valores, tomará uma posição pública decisiva contra a legislação discriminatória”, dizem os funcionários da Pixar.

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