McG é quase impronunciável (vem de McGinty), mas é assim que se chama esse diretor americano que saiu dos vídeo clipes e, sem a mínima cerimônia, invadiu o terreno das grandes produções de Hollywood com o agitado e caricato As Panteras, que também dirigiu sua sequência Panteras Detonando e o último Exterminador do Futuro, mas que agora acaba tentando fazer algo muito menor do que tudo isso: apenas uma comedia romântica simpática e divertida.
Guerra é Guerra talvez ainda tenha esse lado de ação, já que conta a história desses dois agentes da CIA, Tuck e FDR (Tom Hardy e Chris Pine, respectivamente), que acabam se apaixonando pela mesma garota vivida por Reese Witherspoon. A diferença é que, para descobrir qual dos dois vai ficar com ela, ambos acabam entrando em uma disputa que não economiza recursos da agência americana.
No meio disso, ou na verdade apenas no começo e no seu final, ainda há a presença de um vilão internacional, um tal de Heinrich (Til Schweiger, um dos Bastardos Inglórios), que promete vingança a dupla quando esses acabam com uma transação sua e ainda matam seu irmão. É essa sequência então que serve de prólogo para Guerra é Guerra e que até finge para seu público um lado “filme de ação e espionagem”, com tiros, socos e uma maleta, mas logo se deixa levar pela diversão da idéia é conseguir apenas algumas risadas.
Mas assim como em As Panteras, McG usa bem esse começo para traçar essas personalidades bem delineadas e que, logo, sem perder muito tempo, passam de melhores amigos inseparáveis a inimigos pessoais. Obviamente no final eles acabam se juntando para salvar o interesse amoroso mútuo das garras do vilão (e se isso para você foi um spoiler, talvez você devesse ir mais ao cinema). Mas o grande interesse de McG e da dupla de roteiristas, Timothy Dowling (de “Esposa de Mentirinha”) e Simon Kinberg (de Sr. e Sra. Smith, Sherlock Holmes do horroroso “Jumper”) é, realmente, essa disputa pelo amor da mocinha.
Sem conseguir fugir do jeito episódico, Guerra é Guerra não tenta fazer nada de novo e vai se dividindo entre uma tentativa de cada um para conquistar a personagem de Whiterspoon, enquanto o outro, nos bastidores, faz de tudo para sabotar o encontro. E por mais que isso possa parecer comum e repetitivo, o filme ganha o espectador com seu bom humor, e todo clima de contra-espionagem que os dois usam para obter sucesso em suas “missões”.
Nesse caso, McG acerta na mosca não por revolucionar o gênero (coisa quem nem parece pensar em fazer), mas sim por permitir que ele possa ser ele mesmo, já que têm em mãos esses dois personagens diferentes, essa garota simpática (e até uma divertida amiga vivida pela comediante Chelsea Handler, que entra em cena falando sobre “redução de penis” e segue adiante com o maior número de atrocidades que possa comentar durante todo filme). De um lado FDR (Pine) é esse mulherengo, moderno e pragmático, um retrato de uma CIA moderna, de outro, Tuck (Hardy), turrão, apaixonado, e “old school”, uma dinâmica que reflete os caminhos dos dois em suas tentativas de conquistar o “alvo” e que faz com que Guerra é Guerra seja então esse manual de como a “antiga” e a “moderna” CIA se comportariam diante dessa disputa por uma mulher.
Infelizmente McG (e o roteiro de Dowling e Kinberg) impede que em momento algum o espectador não tenha certeza do final anunciado dessa disputa (e aqui, talvez, outro Spoiler), já que ele não deixaria nenhum dos dois sozinhos no final das contas, e dar uma família inteira para Tuck (ex-mulher e filho) é a maior garantia de onde ele vai parar no final das contas. Talvez nesse ponto McG não tenha coragem de seguir um rumo inesperado, até por que, não existe oportunidade que ele não perca para tentar fazer com que o espectador olhe para Tuck como a escolha óbvia (romântico, apaixonado, sincero etc.), o que, para muita gente, vai então soar como uma escolha equivocada de Whiterspoon (pelo playboy, mentiroso e manipulador).
Mas ainda assim, Guerra é Guerra é leve, não se compromete demais com nenhuma profundidade e, se não apresenta toda plasticidade de McG em seus outros filmes, pelo menos é sincero com seu público alvo, que, provavelmente, não vai ao cinema a procuro de algo mais que um filmes despretensiosamente divertido e algumas risadas.
This Means War (EUA, 2012) escrito por Timothy Dowling e Simon Kinberg , dirigido por McG , com Reese Whiterspoon, Chris Pine, Tom Hardy, Til Schweiger, Chelsea Handler e Angela Basset.
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1 Comentário. Deixe novo
Olá! Esse filme é muito bom….a começar pelo título que é bem bacana e verdadeiro, afinal, conquistar alguém não é tarefa fácil e dependendo da ocasião ser torna mesmo uma missão..rsrsrs. É claro que o filme tem ótimas sequências de ação, mas o legal mesmo é ver esses dois agentes usando todos os recursos e treinamento que tiveram para conquistar essa mulher vivida por Reese….uma verdadeira prova do que a mulher é capaz de fazer..rsrsrs.Comédia, ação, amizade e respeito são os ingredientes que deram certo nesse bom filme com o titulo de “GUERRA É GUERRA”. Até que enfim algo criativo, novo e bom de se ver nos cinemas…vale à pena conferir! abraços.