Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles

por Vinicius Carlos Vieira em 21 de Março de 2011

Se depois de qualquer grande guerra (ou Invasão, como no caso do Iraque) Hollywood sempre se sente obrigada a “curar essa ferida” (e faturar um troco com isso) por meio de um grande filme, no caso da chegada bélica de seres de outro planeta, o melhor é, realmente, pensar em uma produção com esse tema antes dela acontecer, já que depois, não deve sobrar muito para contar a história. Entre mortos e feridos Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles faz isso e chateia muito menos do que diverte.

Na verdade, essa chateação, vem logo da primeira camada descascada, depois do tema geral, principalmente no jeito preguiçoso do roteiro do estreante Christopher Bertolini e na falta de coragem da direção do sul africano Jonathan Liebesman (que deu as caras em Hollywood pela primeira vez no fraco No Cair da Noite, mas recompensou isso com a refilmagem interessante do clássico O Massacre da Serra Elétrica), ambos parecem não entender o material que tem em mãos e acabam optando por uma abordagem comum demais para um assunto que teria tantas possibilidades.

É inegável não perceber que a primeira lição de Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles foi, justamente, ver o interessantíssimo Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott, que deu as cartas quando o assunto passou a ser filmar uma guerra moderna (em perímetro urbano), ao mesmo tempo em que olhando profundamente para seus personagens, colocando o espectador ao lado daquele batalhão, e não de longe, observando-os. Liebesman faz exatamente isso, tentando sempre encarar sua câmera como um daqueles soldados que tem que defender Los Angeles de uma invasão alienígena, mais ainda, ao decidir estar sempre com eles, olhando para todas notícias via TV e só sabendo das informações que lhes são dadas (nada de “enquanto isso no QG”), cria uma aproximação entre eles e o espectador que, sem sombra de dúvida, se encarrega de fazer o cinema se empolgar com o filme.

A pena de tudo isso, é não ter coragem de trabalhar com menos material. Ainda que, por um segundo, direto no começo, o cinema inteiro seja jogado dentro desse campo de batalha com esses soldados, fugindo de tiros e se escondendo atrás de carros e muros, faltou ao diretor perceber que ali, naquele momento, o filme já estaria vendido para qualquer um que tivesse ido para o cinema a procura de ação, mas, infelizmente, isso acaba logo em seguida e o roteiro de Bertolini dá talvez a maior bola fora que pudesse conseguir ao retroagir um dia para apresentar esses personagens de modo burocrático e sem graça, com Liebesman acompanha-o nessa derrapada.

O erro não está em apresentar seus personagens, mas sim em dar tamanha importância para isso, com seus nomes pulando em legendas e uma preocupação gigantesca em colocar todo peso do mundo nas costas desse batalhão, ao mesmo tempo em que não parecem perceber que telegrafam para o cinema inteiro um punhado de conflitos (o novato, o soldado experiente, o tenente sem experiência, o magoado etc.) que, com certeza, irão dar as caras, de modo pontual demais durante a trama, que, sem exagero, não precisaria de nenhuma delas para transcorrer de modo fluente, já que, logo que começa a batalha ninguém mais se lembra de ninguém. A maior prova disso é que a personagem de Michelle Rodriguez só dá as caras lá para o meio do filme e talvez seja das únicas que se tornam inesquecíveis, assim como o pai do menininho (que é um civil que se junta ao grupo de fuzileiros navais).

Mas é lógico que Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles empolga, mas é mais óbvio ainda que empolgasse muito mais, tanto se caísse na mão de um “blockbuster” mais experiente (como um dos irmãos Scott ou até alguém do lado “desastre” como Michael Bay), quanto se conseguisse ser mais sutil na hora de desenhar sua trama, já que sofre primeiro com um imediatismo exagerado (última missão, última esperança, último segundo, última defesa…), depois, dando tempo demais para eles respirarem (o que, poderia ser melhor usado para desenvolver seus personagens, mas é desperdiçado já que o fez no começo) e, por fim, por não perceber que está tentando chegar perto demais de um daqueles jogos de vídeo-game de tiro em primeira pessoa.

Toda linearidade de Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles parece marcada por fases, onde todos precisam chegar em algum lugar, passar por um mapa cheio de ETs para serem alvejados e, no fim de tudo terem um tempo para respirar enquanto o jogo carrega a próxima fase. Uma estrutura que, obviamente não foi invasão dos games (e foi tirada, justamente dos filmes de guerra), mas que, no mundo atual, é melhor ser ignorado (ou bem mascarada e não jogada na cara, como aqui em momentos em que a câmera só enxerga pela mira da arma) ou periga perder a referência e cair na copia sem emoção.

A sorte de Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é que Liebesman faz um trabalho competente quando o assunto é ação, principalmente ao optar por um tenente prestes a aposentar, vivido por Aaron Eckhart, que segura bem todo heroísmo e liderança do filme (ainda que o roteiro pareça sempre disposto a lhe prejudicar com alguns discursos exagerados). Do outro lado, permitir aos seus extraterrestres uma forma humanóide e crível facilita a compreensão visual e deixa o espectador livre para achar palpável que aqueles seres de outro planeta morram com balas (ainda que o roteiro quase jogue tudo para o alto com um “calcanhar de Aquiles” que não teria a mínima razão de existir, mas que logo parece ser esquecido, um erro que acaba, sem querer, se tornando um acerto).

Talvez Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles repita por aqui o sucesso modesto (mais para menos) que vem fazendo nos Estados Unidos, coisa que, provavelmente, seja resultado de um “boca-a-boca” que não sai do cinema completamente empolgado com o resultado (juntando um pouco com uma boa expectativa), isso, justamente, por essa falha no ritmo que impede o filme de engrenar, mas, ainda assim, Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é um exemplo interessante e divertido de uma produção de guerra que aposta em trazer para a realidade uma batalha que o cinema sempre acaba se deixando levar para a fantasia e o exagero.

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Battle: Los Angeles (EUA, 2011), escrito por Christopher Bertolini, dirigido por Jonathan Liebesman, com Aaron Eckhart, Ramon Rodriguez, CoryHardrict, Ne-Yo, Bridget Moynahan,Noel Fisher, Michael Peña e Michelle Rodriguez.

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13 Comentários. Deixe novo

  • filme feito pra gente burra……filme idiota…nao passa dos 20 minutos

  • SG FN RAFAEL
    19/01/2012 22:42

    As pessoas comentam sobre o filme, mas esquecem-se da mensagem principal que é o espírito de Liderança e Patriotismo que os MARINES ( Fuzileiros Navais americanos ) tem e vibram com isso. O filme é realmente muito bom e merece uma continuação….

  • João Vitor
    08/12/2011 0:05

    vao se fude Esse Filme é mt MASSA, voces tem que criticar menos e assistir mais
    vcs ficam vendo detalhes do filme? filme é pra assistir. vcs que vao dar premio pros diretores?
    nao Então SE FODAM seus viados

  • Não achei o filme tão ruim assim… o problema é que esse assunto de alienigenas invadindo a terra e meteoros caindo não colam mais. Todo mundo sabe o roteiro do filme antes mesmo de assistir.

  • esse filme e massa de + vai ter mais ?????

  • carlos alberto de castro jacques
    21/08/2011 22:15

    dURANTE ANOS, FORAM REGISTRADOS VARIOS CASOS DE APARIÇÕES OVNIS EM DIFERENTES
    LUGARES NO MUNDO – BUENOS AIRES,SEUL, FRANÇA, ALEMANHA, CHINA. MAS EM 2011, O QUE ERAM APENAS APARIÇÕES VÃO AGORA DE TORNAR UMA ASSUSTADORA REALIDADE ONDE A TERRA É ATACADA POR FORÇAS DESCONHECIDADS.eNQUANTO AS PESSOAS EM TODOS OS LUGARES,ASSISTEM AS GRANDES CIDADES DE MUNDO CAIREM, lOS aNGELES SE TORNA O ULTIMO POSTO PARA A HUMANIDADE NUMA BATALHA INESPERADA.

    bOM FILME, RECOMENDO A TODOS POIS É DE ÓTIMA QUALIDADE ,IMAGEM E SOM E 3d tV lcd,
    bLURAY, lEGERNDAS: pORTUGUES E iNGLES., aUDIO: INGLES5.1 E 2.0 dOLBY DIGITAL TELA:
    16.9 wIDESCREEN anamórfico.,Tempo aprox: 96 minutos, – NTSC – Colorido.

  • carlos alberto de castro jacques
    21/08/2011 22:07

    Se depois de qualquer grande guerra (ou Invasão, como no caso do Iraque) Hollywood sempre se sente obrigada a “curar essa ferida” (e faturar um troco com isso) por meio de um grande filme, no caso da chegada bélica de seres de outro planeta, o melhor é, realmente, pensar em uma produção com esse tema antes dela acontecer, já que depois, não deve sobrar muito para contar a história. Entre mortos e feridos Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles faz isso e chateia muito menos do que diverte.

    Na verdade, essa chateação, vem logo da primeira camada descascada, depois do tema geral, principalmente no jeito preguiçoso do roteiro do estreante Christopher Bertolini e na falta de coragem da direção do sul africano Jonathan Liebesman (que deu as caras em Hollywood pela primeira vez no fraco No Cair da Noite, mas recompensou isso com a refilmagem interessante do clássico O Massacre da Serra Elétrica), ambos parecem não entender o material que tem em mãos e acabam optando por uma abordagem comum demais para um assunto que teria tantas possibilidades.

  • BOA TARDE ! A TODOS.

    ESTES FILMES DE FICÇÃO CIENTÍFICA SÃO SEMPRE REPLETOS DE EFEITOS ESPECIAIS.

    MAS AINDA BEM QUE NÃO PASSA DE FICÇÃO SE VC VERDADE NA MINHA OPNIÃO ESTAS SUPOSTAS CIVILIZAÇÕES DE OUTROS PLANETAS JA TINHAM DADO O AR DA GRAÇA.

    RESUMINDO MAIS UMA FANTASIA AMERICANA QUE RENDE MILHÕES DE DÓLARES NOS CINEMAS DO MUNDO INTEIRO.

    FIQUEM NA PAZ DE JESUS .

  • Sasuke Uchira
    27/05/2011 21:54

    Olha Esse filme e melhor de todos os tempos………….. Mostra que nao estamos Sosinhos nesse Planeta……

  • o critico verdadeiro
    16/04/2011 23:56

    com muita convicção esse filme esta dando origem a un dos melhores filmes de ficção pois começa nos dando aquela esxplicação que falta na maioria das trilogias ou filmes que tem até a 7°produção como herrypoter q quando alquem q não o aconpanha fica perdido. Tendo continuação podemos ter serteza que voltara lotar os cinemas do mundo esse tipo de filme é empolgante e interte a todos com suas cenas dramaticas e episodios de apuros entam é um filme que prende sua pescepção para que vc passe a torcer pelo “mocinho”pois é um “mocinho”que não fica so apanhando e no final apos ter tomado uma surra reagi, pelo contrario neste filme o “mocinho”reage mais que o vilão”.parabens aos produtores deste filme é uma bela produção ainda
    mais tratando de iniciantes nesse ramo!vale o tempo ver este filme.
    at.o critico verdadeiro

  • JACKIE CHAN
    09/04/2011 19:49

    NEGATIVO…..discordo do pessoal….eu ADOREI o filme….tem muuuuuuuuuuita ação, e claro, muita destruição de alienigenas…o que eu adoro….

    podem assistir de boa que irao gostar…..se ficarem pensando “nossa que mentira isso” aí ninguem assiste filme nenhum!!!!!!!!!!!!!! porraaaaa

  • Esse filme com o perdão da palavra…é uma BOS*!!!Uma das maiores bobagens que eu já tive o desprazer de assistir em uma sala de cinema. Duas palavrinhas, na minha opinião, resumem esse filme: PURO LIXO!

  • Bruno Beraldo
    23/03/2011 19:36

    O filme é bom pra se ver e aqueles rápidos em esquecer.

    Quem assistir vai perceber que o filme não passa pelo inicio – meio – fim – quem assistir vai sair do cinema com a sensação que só viu o meio do filme. Inicio e fim, só no segundo episódio.

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