Kate - Porradaria com Coração

Kate | Porradaria com coração


Além de um monte de bandidos apanhando de uma única pessoa, Kate, Atômica e John Wick têm algo em comum além de fazerem a festa dos fãs do gênero, a presença de David Leitch. No novo filme da Netflix seu nome está só na produção, enquanto nos outros também dirigia (ainda que não creditado em De Volta ao Jogo), mas o que importa é que ex-dublê está fazendo seu nome em Hollywood. Quem ganha com isso é o público.

Kate segue uma mesma fórmula de “exército de um homem só”, nesse caso, uma mulher, Kate, vivida por Mary Elizabeth Winstead. Sem fugir muito de nenhum clichê, ela é uma assassina profissional que, abalada por um serviço, falha pela primeira vez na carreira. Isso a faz pensar na ideia de se aposentar, mas sabe como é, nesse tipo de profissão não existe aposentadoria.

Envenenada e com apenas um dia de vida, Kate decide então sair por Tóquio para encontrar quem a envenenou e, quem sabe, ainda colocar alguns pontos em alguns “is” através de muita bala e pancadaria.

Até aí, o roteiro de Umair Aleem não faz nada de muito criativo, já que encontra uma desculpa perfeita para a personagem título bater muito em muita gente. A direção de Cedric Nicolas-Troyan aproveita bem essa oportunidade e o filme é um exemplo tão bom de o que fazer dentro do gênero, quanto seus parentes afastados Atômica e John Wick.

Tudo isso ainda com um visual colorido, cheio de neon e com espaço para Kate atravessar cenas lotadas de capangas e sempre primando por ótimas coreografias, muita violência, uma presença incrível de Mary Elizabeth Winstead e, é claro, coração. Ainda que, por exemplo, Atômica e John Wick sejam emocionantes e tenham suas motivações bem construídas, nenhum deles tem tanto coração quanto Kate.

Além do imediatismo à la Adrenalina e uma ferocidade que deixaria o Jason Stathan orgulhoso, Kate está realmente passando por um processo emocional de transformação. Deixando de ser a assassina fria e entendendo, aos poucos, que nunca esteve junto dela mesma. Foi sempre uma ferramenta, mas que agora tem pouco tempo para reaver a única possibilidade de, pela primeira vez na vida, tomar as rédeas.

Há ainda uma culpa em suas ações, já que cumpriu um contrato que não concordava e agora precisa encarar o resultado disso a partir da figura da jovem Ani (Miku Martineau), chave para vingança de Kate, mas também uma lembrança dolorosa de seus erros. Acrescente a isso uma relação que vai crescendo enquanto ela se torna uma espécie de protetora da garota.

Ani é a possibilidade de Kate fazer o certo pela primeira vez na vida, e nada irá impedi-la de fazer isso. Haja gente para tombar na porrada. E isso é tudo que o filme precisa para fechar o ciclo.

Uma boa direção e que segue um subgênero que já tem um monte de fãs, uma história que tenta ter um algo a mais, uma atriz que dá conta do recado com segurança e ainda um visual cheio de estilo que faz com que Kate divirta, emocione e empolgue. Portanto, tudo que o fã mais quer.


“Kate” (EUA, 2021); escrito por Umair Aleem; dirigido por Cedric Nicolas-Troyan; com Mary Elizabeth Winstead, Woody Harrelson, Miku Martineu, Tadanobu Asano, Michiel Huisman e Miyavi


Trailer do Filme – Kate

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