My Hero Academia: 2 Heróis – O Filme


[dropcap]A[/dropcap]cho engraçado esses animes que viram filme e querem apresentar todo o contexto já no título. Esse é o caso de My Hero Academia: 2 Heróis – O Filme, que depois do mangá virar anime e agora virar filme tem dois subtítulos. Imagino o título do futuro live action que será lançado: My Hero Academia: 2 Heróis – O Filme – Live Action – Dublagem Especial Contratada Pela Sato Company: A Revanche.

A Sato, através do seu representante, fez questão de ressaltar o trabalho especial na dublagem desta versão cinematográfica do anime de sucesso, neste que é um dos exemplos de filme com potencial para ser exibido nas telonas além dos festivais. Segundo maior sucesso de bilheteria no cinema no Japão na categoria anime, desbancando Your Name, maior sucesso do diretor pop Makoto Shinkai, esta é uma história convencional de uma academia de jovens que pretendem se tornar heróis profissionais.

Existir muitos heróis é uma necessidade nesse mundo onde 80% das pessoas possuem algum tipo de poder, chamado de individualidade ou peculiaridade. Aparentemente heróis só podem atuar se devidamente registrados, o que me lembra a ótima paródia desse sub-gênero, One Punch Man, onde há um sindicato de heróis e uma hierarquia que se torna uma sensação maior que salvar o mundo dos terríveis vilões que surgem dizimando cidades.

Para os que não possuem individualidade resta ajudar os heróis como puderem, e nessa categoria se encaixam os cientistas do mundo, que realizam pesquisa e experimentos para tentar aprimorar os poderes dos especiais. Nesse grupo está o premiado cientista Dr. David Shield e a aspirante a cientista, sua filha Melissa, que também não possui um poder exceto seu carisma e vitalidade que a destaca do grupo sem precisar ser espalhafatosa.

Quando falo “grupo” digo muitos personagens, mais de dez. Um possui o poder do fogo, outro do gelo, outra de levitar pessoas, etc. Todos fazem parte da Academia e todos conseguiram de uma forma ou de outra participar de um evento na I-Island, uma ilha flutuante que abriga essas pessoas que querem tornar o mundo melhor (heróis, cientistas etc). Sendo flutuante ela pode estar em qualquer lugar do globo, evitando assim ser alvo de ataques. E é claro que é para lá que irão os vilões.

Sem muita empolgação em sua história batida, resta observar a arte deste anime, e ele é algo a se notar. Lembrando um pouco Dragon Ball com detalhes faciais despojados, este é um desenho extremamente bem feito, seja em movimento ou parado. Não é nada original, mas é bom o suficiente para entreter, seja nas proporções agradáveis de Melissa Shield e sua textura de adolescente ou o divertido aspecto cartunesco de Minoru Mineta, um baixinho cujo poder é seu cabelo que se desfaz em bolotas e é usado como arma.

A respeito da dublagem em português, a distribuidora brasileira Sato não estava brincando sobre a qualidade que convence (e muito!), restando a você decidir se prefere a versão original japonesa ou a “brazuca”, que tende a mudar radicalmente a dinâmica dos desenhos. Com uma equipe encabeçada por Guilherme Briggs, que faz o herói símbolo da paz All Might, temos nomes já conhecidíssimos da “blogosfera” nacional ou dos tradicionais e competentes dubladores tupiniquins, estando no primeiro grupo celebridades como Flora Paulita (Kyoka Jiro) e Gabi Xavier (Amplifier).

A lista é extensa, mas no time dos profissionais você poderá conferir Fabio Lucindo (Pokémon, Dragon Ball, Hunter x Hunter) fazendo muito bem o explosivo Katsuki Bakugo, além de Lipe Volpato (Bungo Stray Dogs, One Punch Man) como o protagonista Izuku Midoriya, Yuri Chessman como o divertidíssimo Minoru Mineta, Glauco Marques como o vilão e Fernanda Bullara como Momo, entre outros.

Não cabe a mim julgar muito a respeito do resultado do filme como um todo. No mundo dos “otakus”, nasci sem nenhuma peculiaridade. Resta a mim, portanto, dar suporte teórico a tantos trabalhos talentosos que freneticamente saem do Japão. My Hero Academia, como desenho, com certeza está entre eles. Mal espero por My Hero Academia: 15 Heróis – A Saga E A Revanche Juntos: O Ultimato.


“My Hero Academia: Two Heroes” (Jap, 2018), escrito por Kôhei Horikoshi, Yôsuke Kuroda, Kôhei Horikoshi, dirigido por Kenji Nagasaki, com Justin Briner, Christopher Sabat, Ray Chase.


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