Essa biografia da grande cantora francesa, Piaf – Um Hino de Amor, se não valer para os fãs e para os curiosos, vale ainda mais como um exemplo de um cinema à flor da pele, que não tem medo de emocionar e se você não conhece nada da história da cantora, vai ganhar ainda uma belo quadro dela, um que não se esconde atras de nada.
Não uma daquelas biografias que parecem só se preocupar com as desgraças dos personagens, construido extremamente por seu belíssimo roteiro, e mesmo que as partes tristes sejam maioria, Piaf não esquece de equilibrar tudo isso, deixando aquela cara de uma vida sofrida, mas com momentos cheios de beleza.
Piaf – Um Hino de Amor ainda vai entrar para história do cinema com seu Oscar de Melhor Atriz, e para quem já viu algum filme com Marion Cotillard (talvez o mais conhecido seja Um Bom Ano de Ridley Scott), vai entender por que ela ganhou prêmio de forma mais que merecida. A atriz some totalmente por traz da personagem, fazendo com que seja quase impossível vê-la ali. Um trabalho que impressionante demais, assim como inesquecível.
E ainda com um roteiro e uma montagem extremamente habilidosos que passeiam pelo tempo com uma naturalidade incrível, que vai levando o espectador em uma viagem desde a velhice até a infância a infância, passando por sua juventude com seus alto e baixos, tudo com um ritmo impressionante que quase não te deixa perceber o caminho que o filme faz entre as épocas, como se tudo estivesse acontecendo ali, ao mesmo tempo, um verdadeiro mosaico de momentos.
O plano sequencia da morte do boxador Marcel Cerdan é um convite às lagrimas, como, por sinal, todo resto do filme. Um presente que condiz com Edith Piaf e seu jeito verdadeiro de cantar o amor e, é ao fim do filme, que se tem essa impressão, de entender muito melhor esse título.
“La Môme” (Fra/ GB/ RT, 2007) escrito por Olivier Dahan e Isabelle Sobelman, dirigido por Olivier Dahan, com Marion Cotillard e Gerard Depardieu
