Sex and The City 2 FIlme

Sex and the City 2

Talvez sejam suas duas horas e meia, ou simplesmente uma falta de tato na hora de transportar para tela aquilo que deu tão certo na TV, mas ao sair do cinema, a única coisa que vem a cabeça é que Sex and the City 2 é chato. Muito Chato.

Enquanto o primeiro filme tinha uma razão de ser, amarrando algumas pontas soltas do fim da série e dando uma sobrevida sadia a toda sua mitologia, esse segundo número acaba embarcando apenas em uma tentativa melancólica de prolongar uma ideia que já se encerrou (justamente no primeiro filme), e pior, se perde tentando fazer com que um emaranhado de idéias de torne um filme, coisa que não passa nem perto de conseguir.

Não por falta de incoerência, já que o roteiro de Michael Patrick King (que também se repete na cadeira de diretor e, como no primeiro, pouco faz de inspirado) é até bem amarradinho, sabendo expor suas idéias e tramas de um modo didático e claro, que peca exatamente quando não percebe que está diante de um filme, e não de uma temporada da série. A impressão que se tem até é de que um preciosismo exacerbado com todo material não o deixou se livrar de muita coisa.

Se a linha principal do filme acaba sendo a crise de Carrie com seu marido depois de dois anos de casados e dá viagem das quatro para Abu Dahbi, tudo isso demora a se colocar diante do enredo. Por mais que logo de cara na sequencia inicial do casamento gay tente apresentar o tema, ela fica mais parecendo um pequeno desfile do elenco para o deleite dos fãs, já que tão logo eles não farão mais diferença nenhuma dentro da trama, assim como todo mundo que não sejam as quatro e o marido de Carrie.

Talvez diante de um roteiro mais interessante tudo antes da viagem tomasse alguns poucos minutos e se tornasse um primeiro ato enxuto e engraçadinho, mas uma falta de habilidade na hora de posicionar os assuntos faz dele uma experiência exaustiva e desinteressante. É lógico que tudo que esse começo de filme apresenta acaba sendo importante para o resto do filme, mas uma calma com que todo ele é digerido lembra um ritmo televisivo demais, onde se tem vinte e poucos episódios para desenvolver uma ideia (e que Sex and the City fazia com perfeição).

Essa segunda aventura das quatro amigas de Nova York nas telas do cinema não flui, parece travada diante de aonde quer chegar, se esquecendo de pegar alguns atalhos narrativos que facilitariam seu ritmo, ao mesmo tempo que parece desesperado para contar toda sua história, sem perceber que o melhor jeito de contá-la talvez fosse deixando as partes chatas de lado (ou apenas citando-as), mesmo que pertinentes. Como se sentisse obrigada a explicar como Samantha conseguiu a viagem, expondo isso em uma cacetada de sequências ao invés de, economicamente, usar tudo em apenas uma.

É lógico que para os fãs, são duas horas e meia de presente com seus personagens preferidos, mas para o resto do cinema é uma tentativa prolixa de escorar o filme inteiro na simples presença das quatro, esquecendo que enquanto a série sobrevivia perfeitamente com aqueles longos papos movidos a cafés e cosmopolitans, diante daquela enorme tela de cinema, elas acabam não passando de ornamentos (principalmente enfileiradas no mesmo plano, desfilando de um lado ao outro) de uma produção mais preocupada com os cifrões das bilheterias.


idem (EUA, 2010) escrito e dirigido por Michael Patrick King, com Sarah Jessica Parker, Krisntin Davis , Cynthia Nixon, Kim Cattrall  e Chris Noth


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