Shazam! Filme

Shazam! | É só gritar pelo seu nome!


[dropcap]N[/dropcap]o desespero de concorrer com a Marvel nos cinemas, a DC vendeu sua alma para o diabo (não Snyder, não estamos falando de vocês, é algo mais genérico mesmo!) e não percebeu o material que tinha em mãos. Com um “universo compartilhado” devidamente esquecido, Shazam! surge sendo, exatamente, o que melhor poderia acontecer ao tal DCEU (“Extended Universe”).

Não que alguém espere que ele seja um filme mais poderoso e épico que Aquamam e Mulher Maravilha… não é, mas por uma razão que o faz ser imperdível: ele não quer. Shazam! quer ser menor, divertido, fantasioso e lúdico, ao mesmo tempo que tem o bom humor de rir de tudo isso.

Na história, Billy Batson (Asher Angel) é um garoto órfão que vive por ai fugindo de lares de adoção e procurando pela mãe, até que, em meio a mais um fuga, acaba sendo escolhido pelo Mago Shazam (Djimon Houson) para ser seu campeão e lutar contra os sete pecados capitais, comandados pelo maléfico Doutor Silvana (Mark Strong). Essa segunda parte não fica muito clara para Batson, o que fica claro é que ele se torna uma versão adulta e perfeita de si mesmo, com poderes e um uniforme vermelho com uma capa branca.

É ó Batson gritar “shazam” e ele se transforma em Zachary Levi, que está ótimo no filme e consegue entender perfeitamente essa ideia de um super-herói de 14 anos em um corpo de adulto cheio de poderes. Sim, parece Quero Ser Grande e tem até uma cena do piano para lembra-lo disso (enquanto ri da situação), mas na verdade Shazam! está mais para um filme de super-herói mesmo, com todos detalhes envolvidos.

Shazam e Batson precisam aprender a serem heróis e todo aquele papo do tio Ben. À propósito, Shazam! tem exatamente o mesmo clima leve e despretensioso de Homem-Aranha – De Volta Ao Lar, com um jovem aprendendo a ser a versão mais responsável de si mesmo, já que isso pode ajuda-lo a salvar algumas vidas e bater em vilões. E isso é ótimo, não por copiar a Marvel (não copia, a versão do personagem nas HQs não foge muito disso), mas por entender que existe um público que não quer apenas dramas épicos e monstros galácticos.

Shazam! Crítica

Dirigido pelo mesmo David S. Sandberg dos terrores Quando as Luzes se Apagam e Annabelle 2, Shazam! é um filme simples, de composições simples, com motivações simples e uma vontade de simplesmente divertir. Suas lutas são como devem ser, sem destruir metade da Filadélfia achando que ela é Metrópolis, mas sempre deixando claro que envolvem personagens poderosos. Ao mesmo tempo, ri do gênero como no momento em que Shazam perde o grande discurso do vilão, por estar muito longe.

Nesse sentido, do humor, Shazam é impagável porque saber ser engraçado e Sandberg tem um tempo perfeito para as piadas. Não precisa ficar enchendo a ação de frases astutas (como a Marvel), mas nunca perde a oportunidade de lembrar a todos que estamos vendo um garoto de 14 anos por trás daquele super-herói de roupa espalhafatosa. Durante boa parte do filme, tanto Batson, quanto Shazam, estão descobrindo seus poderes, e só ali já tem coisa divertida o suficiente para valer o ingresso.

É lógico que Shazam! também não é só piadas. Por mais nada seja tão sério mesmo, o filme constrói esse vilão com cara, pinta, cheiro e background de vilão. Mark Strong é um ótimo Dr. Silvana, firme, mau, sem piadas, violento e vingativo. Suas ações e o clima delas são a exata contraparte de Shazam, não simplesmente sua versão negativa, mas sim alguém que está do lado oposto daquelas virtudes (literalmente falando). Infelizmente, seu personagem só não vai mais longe, pois seus “companheiros”, os “Sete Pecados”, são versões preguiçosas, sem personalidade e genéricas de qualquer monstro por ai.

Mas eles cumprem uma função de serem os vilões que despertam Shazam para o heroísmo (e outro grata surpresa envolvendo seus novos irmãos órfãos!) e isso é mais que suficiente para fechar com chave de ouro essa história divertida e despretensiosa que, muito provavelmente, é quem melhor entendeu até agora o que era necessário para o “Universo DC” ganhar as bilheterias: ser ele mesmo.


“Shazam!” (EUA, 2019), escrito por Henry Gayden e Darren Lemke, dirigido por David F. Sandberg, com Zachary Levi, Asher Angel, Marta Milans, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Djimon Housou, Cooper Andrews, Faith Herman e Ian Chen.


Trailer do Filma – Shazam!

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