Simplesmente Acontece | Um filmes simplesmente romântico

Simplesmente Acontece | Um filme simplesmente romântico

Mesmo com o amor sendo o ponto de partida de 90% das produções que chegam aos cinemas, talvez o gênero que mais dialogue com esse sentimento seja o que mais sofre com essa vocação. Filmes românticos não só são prejudicados por seus clichês, como também sofrem de uma falha de imposição imposta por um público sem paciência. Para o azar desse pessoal, Simplesmente Acontece é “simplesmente” romântico. Doa a quem doer.

Um falta de paciência que polue as histórias puramente românticas com coadjuvantes atrapalhados, doenças terminais, mistérios etc., tudo como se uma história não pudesse ser apenas sobre amor. Tudo bem que isso acontecer em um filme inglês o ajuda a não ser soterrado por desculpas esfarrapadas de roteiro e clichês, e ainda que o filme seja dirigido pelo alemão Christian Ditter, o roteiro é escrito por Juliette Towhidi (que tempos atrás escreveu o divertido Mulheres do Calendário), sem contar ser baseado no best-seller da escocesa Cecilia Ahern.

Para quem não ligou o nome à pessoa, Ahern foi quem também escreveu a obra que se transformou no simpático PS, Eu Te Amo, e agora conta a história desse casal de amigos na Inglaterra e um amor que sobrevive aos anos, aos desencontros e às voltas que a vida dá para, enfim… bom, enfim todo mundo sabe o que vai acontecer. E talvez isso seja um dos principais acertos do filme: sua simplicidade.

É lógico que qualquer passada de olho na história vai fazer um monte de gente perceber que com um pouquinho de esforço dos dois personagens e um mínimo de “papo aberto” entre eles, grande parte dos problemas iriam embora, mas Simplesmente Acontece sabe que esssa “dificuldadezinhas” valorizam ainda mais o final “felizes para sempre”.

E falando em “valorizar”, estar fora de Hollywood talvez seja a outra “bola dentro” do filme, já que o filme exala uma espécie de “ar britânico”. Como se soubesse conversar melhor com sua plateia adulta ao invés de se deixar levar por motivações pueris e adolescentemente vazias. Rosie (Lilly Collins em seu papel mais à vontade) e Alex (um Sam Caflin que passa despercebido) a todo tempo tomam decisões adultas, que cabem em um mundo real e em nenhum momento são levados por ânsias juvenis. Simplesmente Acontece não é um filme adolescente, muito pelo contrário, é uma romântica história sobre adultos e para adultos.

O bom disso, é que faz essa opção ao mesmo tempo que se esforça para ser leve e prático. Todos conflitos, motivações e reviravoltas surgem e se esvaem como os dias se vão e deixam o passado para trás. Uma melancolia que persegue a vida adulta e faz Alex carregar o poster do filme De Volta Para o Futuro como uma âncora de seus dias felizes. O faz, pois sabe que o futuro lhe guarda aquilo que ele espera, afinal, ele está em uma história romântico clássica, onde no final tudo dá certo, seja o tempo que demore para isso acontecer. Assim como na vida real, não?


Dear, Rosie” (EUA, 2014), escrito por Juliette Todhidi, à partir do livro de Cecelia Ahern, dirigido por Christian Ditter, com Lily Collins, Sam Claflin, Christian Cooke e Jaime Winstone.


Trailer – Simplesmente Acontece

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