O que seria dos Top10s sem aqueles dois filmes que parecem se esforçar para não sair da lista, por isso que então, “para o bem de todos e felicidade geral da nação”, essa “inflada” seleção dos dez (mais dois) melhores filmes que chegaram aos cinemas nesse ano de 2010 (na ordem que eu vi, do último ao primeiro). E que em 2011 fique mais difícil ainda juntar apenas uma dezena.
por Vinicius Carlos Vieira em 29 de Dezembro de 2010
David Fincher pegou uma história que ninguém dava absolutamente nada, a criação do Facebook, e a transformou em um drama poderosíssimo sobre um cara perdido em sua grandiosidade e um mundo que parecia pequeno para ele. Leia aqui a crítica do filme “A Rede Social”.
“Minhas Mães e Meu Pai”
O mais impressionante desse filme sobre um casal de lésbicas e seus dois filhos é quase uma impossibilidade de colocá-lo dentro desse ou daquele gênero, fazendo então com que seu resultado agrade a quem quer que vá atrás dessa história sensível e na medida, no final das contas, sobre uma família. Leia aqui a crítica do filme “Minhas Mães e Meu Pai”.
Um dos maiores prazeres que o cinema lhe dá é ver um personagem crescer sob seus olhos, e é exatamente isso que acontece com esse filme francês sobre um bandido de meia tigela que precisa sobreviver dentro da cadeia e acaba descobrindo que isso pode lhe levar bem longe. Sensível, sincero e empolgante, como poucos filmes conseguem ser. Leia aqui a crítica do filme “O Profeta”.
“Tropa de Elite 2”
O maior acerto do diretor José Padilha aqui não é dar sobrevida ao seu sucesso de 2008, mas sim, muito pelo contrário, ter a coragem de mostrar que muitas vezes o melhor a fazer é renegar seu passado e usar isso como combustível para contar uma nova história tão forte, ou até mais, que a do primeiro e com menos medo ainda de apontar o dedo para os culpados, doa a quem doer. Se transformou na maior bilheteria da história do cinema nacional com razão. Leia aqui a crítica do filme “Tropa de Elite 2”.
Poucas vezes se conseguiu fazer um blockbuster que respeitasse tanto a inteligência de seu espectador e só isso já dá ao filme de Christopher Nolan o reconhecimento mais que merecido, juntamente com aquele burburinho no fim da sessão que faz “A Origem” sobreviver ainda um bom tempo depois do ascender das luzes. Leia aqui a crítica do filme “A Origem”.
“Mother – A Busca Pela Verdade”
Se existisse a possibilidade de se colocar em imagens o amor que uma mãe tem por seu filho, o mais perto que se poderia chegar disso é, provavelmente, aqui nesse filme coreano que te faz pensar bem se as vezes a melhor verdade não é aquela que a gente luta por ela. Leia aqui a crítica do filme “Mother”.
“O Escritor Fantasma”
E falando em verdade, aqui ela dá as caras de um modo tão subjetivo que é difícil aceitar que ela realmente exista nesse magnífico suspense conduzido pelo “maestro” Roman Polanski, mostrando que ainda está bem longe de perder aquela vontade de levar seu espectador até o limite, justamente, dessa verdade que teima em não ser ela mesma. Leia aqui a crítica do filme “O Escritor Fantasma”.
Poucos momentos, ou talvez nenhum, do cinema em 2010 tenham sido mais emocionante que o grupo de brinquedos dando as mãos diante da “morte” iminente, assim como muito menos filmes ainda conseguiram discutir tão profundamente o significado de crescer como esse desenho da Pixar. Leia aqui a crítica do filme “Toy Story 3”.
“O Segredo dos Seus Olhos”
Talvez esse filme argentino ganhador do Oscar seja sobre um assassinato, talvez seja sobre um amor, ou até sobre uma impressionante sequencia de fuga dentro de um estádio de futebol, sobre uma vingança e até sobre amizade. Acontece, é que ele é sobre tudo isso, coisa que o torna imprescindível. Leia aqui a crítica do filme “O Segredo dos Seus Olhos”.
Do momento que aquele barco chega àquela ilha, ao último olhar do personagem de Leonardo di Caprio, o que Martin Scorsese faz é presentear seus espectadores com uma viagem sem volta nessa misteriosa instituição psicológica que tem muito mais a esconder do que aparenta. Leia aqui a crítica do filme “A Ilha do Medo”.
“A Fita Branca”
Talvez “A Fita Branca” até ficasse de fora desse Top10, mas a vontade do diretor Michael Haneke de desafiar seu espectador com esse drama acachapante merece com certeza um espacinho aqui. Para ver e ficar enterrado na poltrona por um tempo depois do fim do filme tentando entender o que foi aquela magnífica experiência. Leia aqui a crítica do Filme “A Fita Branca”.
“Vício Frenético”
O segundo filme que poderia ficar de fora, mas brigou até os últimos momentos para ter seu lugar (que, porém, é dos meus preferidos), é essa loucura policial que Werner Herzog dá de presente para Nicolas Cage (que dá um show). Uma trama sobre um policial perdido em uma tragédia anunciada e um dos finais mais surpreendentes do cinema no ano, daqueles que mostram que as vezes se precisa de coragem para fazer o certo, por mais que seja óbvio. Leia aqui a crítica do filme “Vício Frenético”.
PS: Alguns que ficaram de fora da lista por inúmeros motivos (entre espaço, data de lançamento etc.) mas que eu vi esse ano e lutaram bravamente por um espaço entre esses 10 acima: “Policia, Adjetivo”, “Parto de Viagem”, “Direito de Amar”, “Os Famosos e os Duendes da Morte”, “Vidas que se Cruzam”, “Esquadrão Classe A”, “O Mensageiro”, “Zona Verde”, “Amor sem Escalas”, “Lunar”, “À Prova de Morte” e “Enterrado Vivo”.