Uma Razão Para Recomeçar Filme

Uma Razao Para Recomecar | Feito para você chorar


Se você ainda não sabe, vou te poupar um tempo (ou te dar uma dica): Uma Razão Para Recomeçar tem aquele formato que te faz chorar em alguns momentos e depois te enche esperança no final. Isso dependendo de você, já que a esperança pode ser uma mensagem otimista sobre a vida ou (simplesmente) a esperança que o filme acabe. No meu caso foi para que o filme acabasse. E, adivinha só? Minhas preces foram atendidas!

Agora, se você gostaria de sair um pouco mais feliz da sala de cinema do que como entrou, este filme pode te ajudar a ver as coisas sob outra perspectiva. Eu não o chamaria de filme fofo, exatamente. Mas ele flerta com essa possibilidade. Mas também pode ser que dê vontade de vomitar. Desculpe. Este filme, assim como a vida, pode ser um pouquinho difícil de classificar como exatamente bom ou ruim.

O motivo disso para mim é que ele parece se esforçar muito para que tudo saia perfeitamente. E esse esforço me deixa sem jeito de criticá-lo. Ele tem bons momentos? Na verdade não. Mas ele finge bem. Ele quase entrega um sentimento acima dos básicos “ficar triste” ou “ficar feliz”. Ele tem um narrador bem intencionado e de bom humor que não parece incomodado com o fato de suas palavras apenas verbalizarem o que vemos na tela. Ah, sim, fora o prólogo, em que ele termina dizendo que a coisa mais importante da vida é… prestem atenção aqui… “vivê-la”. Profundo, não?

Ainda assim, é difícil dizer o quão horrível este filme é quando tudo o que ele faz parece tentar mostrar o quanto ele é legal. Ele tem piadas manjadas meticulosamente engraçadinhas. Como aquela do amigo que é gamado na melhor amiga da sua mulher e sempre recebe gelo. Por anos. E ele também tem aqueles momentos especiais na vida de qualquer um que do nosso ponto de vista de espectador soa como um álbum de família ao vivo. Como quando o mocinho vai dizer ao seu pai que ele vai ser avô. A felicidade e tristeza dos personagens está contida em pequenos momentos que vão resumindo anos da vida deste casal que se conheceu quando era crianças.

Ops, já revelei pelo menos uma surpresa. Sim, ela vai ficar grávida. Essa e outras surpresas o esperam neste romance que começa como a vida clichê, tem uma reviravoltas e caminha para um filme clichê. Não se preocupe: não vou revelar as outras surpresas. Seria pesado demais você assistir ao filme já sabendo as únicas coisas que parecem dar a impressão de estar vendo algo inesperado. Tudo bem que o inesperado é mostrado da maneira mais padrão possível, mas calma lá. Há acontecimentos que você já viu na vida que talvez nunca tenha visto sendo filmados.

Uma Razão Para Recomeçar Crítica

“A vida é irônica”. Esta seria uma frase melhor para nos introduzir à história. Já dizer que “a coisa mais importante da vida é vivê-la”, pra ser sincero, me embrulha o estômago. E esse não é um bom sentimento para começar um filme.

E nesse momento você deve estar se perguntando: “onde está a crítica?”. E os detalhes sobre direção, atuações, roteiro, direção de arte? Fotografia? Sim, ela fica mais pálida nos momentos mais tristes. Tons de um azul congelante. Chuvas fortes também acompanham momentos de virada dos personagens, para o bem ou para o mal. E pode apostar que pelo menos uma vez você verá um deles indo pra chuva só pra se molhar.

Mas não vou criticar mais nada. O diretor estreante (o ator encomendado Drew Waters), os roteiristas (também estreantes), a equipe e o elenco estão dando o seu melhor. Foi uma boa ideia escalar um casal jovem e desconhecido para esses papeis. Pelo menos as caras são novas. Convencem.

Até o criador desta história não merece ser apunhalado. Ela é triste o suficiente para nos lembrar que possivelmente várias pessoas já passaram por agruras parecidas na vida real, e tentar dar uma guinada feliz no meio da vida acontecendo é uma decisão corajosa. Então vamos lá, eles merecem algum crédito! Imaginei até algumas boas frases de auto-ajuda para resumir o que é Uma Razão para Recomeçar. “Desconhecemos o poder do destino”, “Deus dá o frio conforme o cobertor”. Ah, e “A vida é um mistério”. Quer chorar no cinema?


“New Life” (EUA, 2016), escrito por Erin Bethea, Candice Irion, Josh Spake, Drew Waters, dirigido por Drew Waters, com James Marsters, Barry Corbin, Terry O’Quinn, Bill Cobbs, Erin Bethea


Trailer – Uma Razão Para Recomeçar

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2 Comentários. Deixe novo

  • Vinicius Carlos Vieira
    26/04/2018 9:59

    Edmilson… isso ai que você falou é um paradoxo. Porque se ele não é nada e ele é crítico de cinema, então ele não é nada, ele é crítico de cinema. E se você está comentando um texto feito por alguém, então está comentando algo feito por alguém que fez alguma coisa, o que não o permite ser nada, ao menos que nada disso exista, nem você, nem o comentário, nem o texto, ai sim, nesse caso o crítico não seria nada, mas ai você também seria, assim como o CinemAqui… e eu… mas eu existo, com certeza, consequentemente, o Wanderley também, a crítica e até seu comentário e você… entendeu?

  • Edmilson
    25/04/2018 7:45

    Quando o cara não é nada na vida ele é crítico de cinema!

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