Exército de Ladrões | …exercito do que?


Será que alguém ainda lembra de Army of Dead: Invasão em Las Vegas? Talvez não, mas lá no meio da trama entre os zumbis mal aproveitados do Zack Snyder e uma trama ruim, tem um cofre. É esse cofre que leva seus fãs diretamente para Exército de Ladrões, espécie de spin-off misturada com “prequel” e comuma vontade enorme de também ser esquecido.

Felizmente para quem não aguenta mais slow motion sem sentido e personagens ruins, Exército de Ladrões não é dirigido por Zack Snyder, mas não crie muitas esperanças. O filme fica nas mãos do próprio Matthias Schweighöfer, que vive o arrombador de cofres Dieter em ambos os filmes. Mais precisamente, esse segundo filme é só sobre ele. Sobre ele e sobre uns cofres.

Na verdade quatro cofres que representam os quatro momentos da, talvez maior obra do compositor alemão Richard Wagner, o Anel do Nibelungo. Os nomes estão em alemão, mas quem conhece um pouco das obras vai entender a referência, por mais que ela não faça o menor sentido dentro da trama. Na verdade, três cofres, já que o quarto e “desaparecido” é o tal cofre de Las Vegas. Mas nada disso faz sentido, então é só sentar no sofá e curtir.

Dieter então larga sua vida de atendente em um banco para partir nessa aventura com um grupo de ladrões profissionais. O objetivo é arrombar os tais três cofres antes que eles sejam remanejados, afinal, ao que tudo indica está acontecendo uma epidemia esquisita em Las Vegas e, por segurança, é melhor guardar esses cofres.

O grupo é liderado por Gwendoline Starr (Nathalie Emmanuel), e tem um personagem excêntrico para cada função, a hacker brasileira (e que fala “brasileiro” de verdade) Korin (Ruby O. Fee), o motorista com fome, Rolph (Guz Khan), e a mistura de heróis de ação Brad Cage (Stuart Martin). Do outro lado da lei ainda existe um policial da Interpol, Delacroix (Jonathan Cohen), que não serva para nada dentro da trama.

Isso não quer dizer que muita gente sirva para alguma coisa dentro da trama, não servem e o filme parece completamente confortável com a ideia de ficar repetindo suas ideias por logos 127 minutos. O plano para chegar aos cofres são apenas repetições, e o terceiro, mesmo conseguindo ser diferente, não foge da mesma montagem envolvendo um plano detalhes nas engrenagens enquanto Dieter procura a combinação com o ouvido colado na porta.

Não existe nenhuma chance de nada dar errado, e não dá, sai um pouquinho do esperado, mas os personagens são muito mais capazes de fazer seus trabalhos do que a trama tem a capacidade de atrapalhá-los. Portanto, para quem gosta de um filme de roubo, pelo menos esse tem um monte de deles, menos zumbis e, quem sabe, até a possibilidade (boa) de um pessoal ir descobrir a obra de Wagner.

Mas mesmo descartável e esquecível, o filme de Matthias Schweighöfer dá conta do pouco recado que tem. Sua câmera se move com mais objetividade do que a câmera do Snyder, consequentemente, conseguindo contar uma história que, pode não ser boa, mas pelo menos não é um arremedo de trama e consegue ter cenas normais, não sequências épicas cansativas e exageradas.

Isso ainda é auxiliado pelo roteiro de Shay Hatten, que assinou o último John Wick e ainda está escrevendo os dois próximos filmes da série. Portanto, alguns exageros e brincadeiras até funcionam, mas não dá para esperar uma profundidade muito grande. Então relaxe e se contente com esses três cofres com mais história do que o próprio filme, um ritmo apropriado e um resultado que deve ser esquecido ainda antes que os zumbis do Snyder.

A não ser que tenha outra continuação, nesse caso todo mundo vai voltar a falar dos dois. Como está acontecendo agora.


“Army of Thieves” (EUA, 2021); escrito por Shat Hatten; dirigido por Matthias Schweighöfer; com Matthias Schweighöfer, Nathalie Emmanuel, Ruby O. Fee, Stuart Martin, Guz Khan e Jonathan Cohen


Trailer do Filme – Exército de Ladrões

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