Parece mágica, mas é ciência mesmo. Ciência e uma forcinha do capitalismo. Quando a gente pensa em evoluções do cinema, por mais que pareça mágico, o que está por trás é sempre o dinheiro. E isso também se aplica quando a gente se pergunta: Por que o cinema usa 24 frames por segundo (FPS).
E esses “frames por segundo” são na verdade o famoso “frame rate”, ou, popularmente, a quantidade de imagens que passam na tela por segundo. E é isso que é o cinema, um monte de fotos passando tão rápido pelos seus olhos que você (seu cérebro) acaba achando que tudo é um movimento só. Essa sensação vem de uma falha ótica que temos no nosso cérebro e você pode encontrar uma explicação mais completa aqui nesse texto.
Mas o que você deve saber para entender os “FPSs” é que o olho humano consegue processar algo em torno de 10 a 12 imagens por segundo. Isso quer dizer que enquanto a quantidade de imagens que passar pelos seus olhos for de até 12 a cada segundo, você percebe que na verdade são imagens individuais. Mais do que isso, é só movimento.
O segredo é que, quanto mais imagens por segundo, mais a percepção de movimento. E quanto mais perto do infinito, mais real. Mas isso traz problema técnicos e estruturais.
Se um filme é feito de pequenos quadros e em cada segundo de filme ele precisa ter no mínimo 13 quadros, quanto mais quadros, maior o tamanho do filme em si. Até algumas décadas atrás, estaríamos falando do tamanho do rolo mesmo. Hoje tamanho do arquivo. Como eu disse lá no começo, não existe mágica, então é preciso enfiar o filme em algum lugar para transportá-lo, seja em uma mídia física ou digital.
Lá no comecinho do cinema os filmes mudos tinhas entre 16 e 24 frames por segundo. Sim existia uma variação de frames e isso era causado tanto pelo lado humano de ter que rodar o filme, quanto pelas variações de corrente elétrica de certos mecanismos, já que a velocidade com que o rolo de filme era rodado acabava não sendo precisa. Mas o olho humano é realmente cheio de falhas e não se importava muito com essas variações. Já o ouvido não.
Em 1926 o advento do som chegou ao cinema. Para quem não sabe, a informação com o som era impressa no próprio filme, uns pontinhos do lado das imagens. Consequentemente, o som seria “projetado” junto com a imagem, por isso, se o filme rodasse rápido demais, o som sairia rápido demais e isso atrapalhava. O público não lidava bem com essas variações.
Com isso em mente, os estúdios precisavam então de uma padronização para que a distribuição fosse facilitada e não tivessem que compensar essas variações. A solução “chegou” no meio do caminho, já que, naquele momento, os filmes mudos tinham “acelerado” um pouco mais e eram exibidos entre 20 e 28 frames por segundo. Estabeleceram então os 24 quadros por segundos.