[dropcap]O[/dropcap] cinema é um organismo vivo que pega seus espectadores pela mão e carrega para mundos inimagináveis. Portanto, não é surpresa que as mudanças tecnológicas possibilitem mundos ainda mais complexos e viagens ainda mais emocionantes. Bem vindos ao futuro do cinema!
Por isso tudo, não é surpresa que as 10 posições das maiores bilheterias da história do cinema tenham, simplesmente, se transformado completamente nos últimos 20 anos de cinema. Dos 10 filmes, somente um foi produzido antes do ano 2000; desses nove, só um deles não foi lançado na última década.
Curiosamente, quando levamos em conta os públicos, reajuste e inflação, somente os dois primeiros lugares aparecem em uma lista repleta de clássicos indiscutíveis (assunto que fica para uma outra coluna!).
O que isso quer dizer para a lista “oficial”? Menos público, ingressos mais caros e óculos 3D jogando a grana lá para o alto, mas nada disso diminuindo a força desse cinema que arrasta multidões, cada vez mais aposta em franquias (dos 10 filmes, oito são continuações!) e que confia como nunca em seus fãs para lotar as salas de cinemas pelo mundo.
Confira então as 10 maiores bilheterias do cinema
10 – Harry Potter e as Relíquias da Morta – Parte 2
US$ 1,341 bilhões | Warner Bros | 15 de julho de 2011 | 19 semanas em cartaz | 2h10
No oitavo filme da franquia, era fácil imaginar que, tanto fãs do livro, quanto do filme, lotassem as salas para conferir o último capítulo da série. Na verdade, o livro acabou dividido em dois filmes para lucrar ainda mais… e parece que isso deu certo | Crítica
9 – Pantera Negra
US$ 1,346 bilhões | Disney/Marvel | 16 de fevereiro de 2018 | 25 semanas em cartaz | 2h20
Poucos filmes tem a possibilidade (e responsabilidade) de poder se identificar como um evento. Diante de uma profunda discussão sobre representatividade no cinema, o primeiro super-herói negro do negro a ganhar um filme só dele encantou a todos, mas se tornou um símbolo para comunidade negra, o que catapultou o filme para o topo da história do cinema | Crítica
8 – Vingadores: A Era de Ultron
US$ 1,495 bilhões | Disney/Marvel | 1 de maio de 2015 | 23 semanas em cartaz | 2h21
Não existiria outro jeito, depois do sucesso do primeiro Vingadores, esperar a próxima aventura do grupo de super-heróis da Marvel iria encher os cinemas de uma multidão querendo ver Capitão América e cia enfrentando um dos vilões mais clássicos das HQs (sem contar a adição do trio de novos heróis!) | Crítica
7 – Velozes & Furiosos 7
US$ 1,516 bilhões | Universal | 3 de abril de 2015 |11 semanas em cartaz | 2h17
Não há dúvidas que, mesmo com todo sucesso da franquia Velozes e Furiosos, esse sétimo filme da série ainda vinha com o fator emocional de ser a “aposentadoria” do personagem vivido por Paul Walker, morto em 2013 em um acidente de carro na Califórnia. Mesmo com grande parte de suas cenas já filmadas, o sétimo filme ainda prestou sua emocionante homenagem ao ator, permitindo que seu personagem seguisse por uma estrada diferente, enquanto Vin Diesel se mantinha com o pé no acelerador | Crítica
6 – Os Vingadores
US$ 1,518 bilhões | Disney/Marvel | 4 de maio de 2012 | 22 semanas em cartaz | 2h22
Do momento que Nick Fury falou em “Iniciativa Vingadores” em Homem de Ferro, até aqui, foram quatro anos e quatro filmes. Portanto, nada mais coerente do que todo esse público fazer fila para conferir os maiores heróis da Terra em ação | Crítica
5 – Jurassic World
US$ 1,671 bilhões | Universal | 12 de junho de 2015 | 23 semanas em cartaz | 2h04
Poucos filmes são tão importantes para sua geração de espectadores quanto Parque do Dinossauros, de 1993 e que mostrava que era possível as criaturas pré-históricas andarem entre os humanos. Depois de duas sequências pouco empolgantes, era hora desses dinossauros ganharem vida mais uma vez e matar a saudades de uma geração inteira de gente que viu o impossível diante de seus olhos e se apaixonou por isso | Crítica
4 – Vingadores: Guerra Infinita
US$ 2,048 bilhões | Disney/Marvel | 27 de abril de 2018 | 20 semanas em cartaz | 2h36
Se no final de Homem Ferro Nick Fury explodiu muitas cabeças. Ao final de Vingadores, todas aquelas dicas sobre relíquias cósmicas em formas de joias culminaram com a presença do maior vilão do Universo Marvel: Thanos. Foram 18 filmes de preparação para esse momento, esse embate onde um final surpreendente ainda tornou mais épica toda essa espera. A bilheteria enorme era apenas um reflexo de um esforço de dez anos que rendeu frutos que mudaram o jeito de fazer cinema em Hollywood | Crítica
3 – Star Wars: O Despertar da Força
US$ 2,068 bilhões | Disney/Lucasfilms | 18 de dezembro de 2015 | 24 semanas em cartaz | 2h16
Durante três décadas os fãs esperaram pela continuação da saga da família Skywalker. E não existiu trilogia “prequel” que saciasse essa necessidade de visitar mais uma vez uma galáxia distante há muito tempo atrás. O filme dirigido por J.J. Abrams então abriu as portas para uma nova trilogia enquanto trazia de volta todos os elementos que os fãs mais queriam. O estouro nas bilheterias era apenas questão de tempo | Crítica
2 – Titanic
US$ 2,187 bilhões | Paramount | 19 de dezembro de 1997 | 41 semanas em cartaz | 3h14
Muito provavelmente um dos últimos fenômenos cinematográficos do século XX, James Cameron criou um filme tão épico e grandioso que fez seus espectadores viajarem com ele durante todo esse desastre em tempo real enquanto acompanhava uma história de amor poderoso e apaixonante. Tudo isso coroado com efeitos visuais que mudaram a história do cinema e deixaram o filme em cartaz por quase um ano inteiro.
1 – Avatar
US$ 2,7880 bilhões | Fox | 18 de dezembro de 2009 | 34 semanas em cartaz | 2h40
E falando em James Cameron, “fenômeno” e “mudar a história do cinema”, Avatar fez tudo isso e abriu o século XXI para o advento do 3D. Na verdade, há quem diga (como eu), que essa tecnologia só conseguiu ser usada corretamente em prol da linguagem em quatro momentos, Avatar sendo o principal deles (os outros três são A Invenção de Hugo Cabret e os documentários Pina e Caverna dos Sonhos Esquecidos). De qualquer jeito, mesmo sem ter a mais criativa das histórias, Avatar era um espetáculo visual e uma experiência que só conseguiu ser sentida por quem entrou no cinema e se transportou para a Pandora | Crítica