Melhores Filmes de 2021


Ainda estamos no rescaldo de um ano trágico. Para o cinema, além disso, um ano atípico. Os cinemas abriram “antes da hora” em boa parte dos países com alto índices de contágio. O desespero pelo “novo normal” tentou varrer a Covid-19 para baixo das poltronas. Afinal, no escuro ninguém percebe muito tudo isso.

O resultado foi esse “atípico”. Os filmes estrearam, mas ninguém viu. E isso perambulou por meses. A melhora dos números fez a epidemia dar uma pequena trégua e o resultado disso foi, enfim, os cinemas voltarem ao que eram. Não um “novo normal”, mas sim um “quase normal”, já que as máscaras ainda tampavam as reações dos espectadores.

Mas isso também fez de 2021 um ano onde as estreias não se esconderam nos streamings. Por mais que os “cinemas em casa” continuem mostrando o quanto não poderão mais ser ignorados.

O problema maior então ficou na mão de quem tentou criar uma lista de melhores filmes do ano respeitando a métrica de “filmes lançados no mercado nacional”. Acreditem, foi uma bagunça, já que os cinemas lançaram um monte de coisas que ninguém sabe e nos streamings, os filmes surgiam sem muito aviso.

De qualquer jeito, a lista está aí embaixo: Os 11 Melhores Filmes de 2021. “Onze”, não só porque todo mundo gosta de um “número quebrado”, mas também porque tem coisas que precisam estar na lista e são mais fortes do que qualquer corte.

A lista obedece apenas aquela boa e velha ordem alfabética. Divirtam-se.

PS: A presença de um 12° “melhor filme” após os créditos finais é uma homenagem ao filme mais divertido do ano e que não poderia ficar de fora dessa lista.

1 – 7 Prisioneiros (“7 Prisioneiros”) | Brasil | Direção: Alexandre Moratto

Único brasileiro da lista, o filme é um drama moderno sobre problemas antigos. Mas nem por isso com vontade de ignorar a complexidade do tema enquanto pinta de tons de cinza a relação de um jovem que se descobre em situação de escravidão (Christian Malheiros) e do próprio opressor (Rodrigo Santoro). Um filme difícil de mastigar, incômodo e que fica batendo em sua cabeça por alguns dias depois do final.


2 – A Mão de Deus (“È Stata la Mano di Dio”) | Itália / EUA | Direção: Paolo Sorrentino
Todo mundo gosta de um filme italiano onde um cineasta brinca na tela de contar sua biografia através de imagens lindas do país, personagens excêntricos, mulheres maravilhosas e diálogos corriqueiramente deliciosos. Se é ou não a história de Sorrentino, pouco importa, o filme tem um pouco de tudo, sempre com jeito delicado de falar sobre os mais diversos assuntos, mas sempre com emoções à flora da pele.


3 – Amor, Sublime Amor (“West Side Story”) | EUA | Direção: Steve Spielberg
Spielberg é um dos maiores diretores da história do cinema. Amor, Sublime Amor é um dos maiores clássicos da Sétima Arte. Junte os dois e o resultado é um espetáculo talvez ainda mais impressionante que o original. O visual é incrível e Spielberg mostra tudo que é possível fazer no cinema atual com um musical.


4 – Duna (“Duna: Part One”) | EUA / Canadá | Direção: Denis Villeneuve
Duna é um épico do tamanho de sua importância para a ficção científica. Um daqueles filmes onde o espectador é jogado para dentro de um mundo de fantasia único. Mas mais ainda, um filme que junta uma trama complexa, mas que serve para discutir o mundo real através de uma alegoria inteligente e poderosa. Sobre isso tudo ainda um sci-fi brutalmente clássico e um visual inesquecível para todos que tiveram a oportunidade de mergulhar em Arrakis.


5 – First Cow – A Primeira Vaca da América (“First Cow”) | EUA | Direção: Kelly Richardt
A emoção de First Cow não está na ação, mas sim na delicadeza da construção dessa relação entre duas pessoas em uma situação extrema, mas que encontram um jeito de sobrepor as expectativas. É um sobre uma amizade, comida e a criação de um país através da imposição da força e nunca do merecimento. Um filme extremamente político e profundo, mas que esconde isso com uma vaca e uns docinhos.


6 – Judas e o Messias Negro (“Judas and the Black Messiah” | EUA | Direção: Shaka King
Mesmo apenas em seu segundo longa, Shaka King parece ter uma experiência gigantesca. Seu filme é objetivo, aproveita o melhor de seu elenco incrível, parece não perder nenhuma oportunidade de construir lindas cenas e ainda faz tudo isso para contar uma história poderosa, dramática e surpreendentemente verdadeira.


7 – Missa da Meia-Noite (“Midnight Mass”) | EUA | Direção: Mike Flanagan
Tudo bem, não é bem um filme, mas sim uma minissérie, mas é preciso abrir uma exceção para ela já que a experiência é muito perto daquela que o espectador teria com um filme, a de um filme de umas seis horas pouco. Qualquer comentário sobre ele pode ainda ser um spoiler, mas a ideia principal é que os amantes de filmes de terror e “monstros clássicos” irão encontrar um punhado de novidades e discussões profundas e existências sobre a vida, isso junto de sustos e muito gore.


8 – Nomadland (“Nomadland”) | EUA | Direção: Chloe Zhao
O filme ganhador do Oscar pode ser um daqueles exemplos que não agradam ao grande público esperando por estruturas conhecidas e heróis convencionais, mas o filme não para de crescer nas lembranças dos espectadores. Quanto mais você pensar em Nomadland, mais ele se torna um delicado filme sobre o ser humano e todas suas nuances. Isso, com uma atuação inesquecível da Frances McDormand e uma direção precisa, refinada e cuidadosa de Zhao, que faz o complicado parece fácil e emocionante.


9 – O Ataque dos Cães (“Power of the Dog”) | UK / Canadá / Austrália / Nova Zelândia | Direção: Jane Campion
O ritmo lento não devia enganar os espectadores em busca de uma espécie de suspense escondido nas entrelinhas. Quando você menos percebe, já está tudo entranhado no meio dessa história que caminha sem pressa e cuidadosa. A complexidade dos personagens é ainda a cereja desse bolo e o trabalho de Bennedict Cumberbatch é um espetáculo à parte. Parece lento, mas tem tudo no lugar e um objetivo preciso e visceral.


10 – O Homem que Vendeu sua Pele (“The Man Who Sold His Skin”) | Tunísia / França / Bélgica / Alemanha / Suécia / Turquia | Direção: Kaouther Ben Hania
Discutir o mundo através de uma obra cinematográfica é algo que não acontece sempre. Menos ainda de forma tão inteligente, forte e crítica como em O Homem Que Vendeu Sua Pele. Por incrível que pareça a história é baseada em uma situação real, mas o filme vai além da ideia de discutir a arte e chega nesse lugar onde um caldeirão inteiro de questões são colocadas no colo do espectador, que precisa se virar com tudo isso.


11 – Quo Vadis, Aida (“Quo Vadis, Aida”) | Bósnia / Áustria / Romênia / Holanda / Alemanha / Polônia / Turquia / Noruega | Direção: Jasmila Zbanic
A força de Quo Vadis, Aida está na dor. Uma experiência frenética e sobre uma mulher desesperada para impedir essa dor. Mas a dor não se vai e se estende para todos à sua volta. Ainda não vive em um mundo justo, nem com ela, nem com ninguém. O filme coloca o espectador no meio desse turbilhão de emoções e qualquer um vai realmente ficar tocado e perdido no meio desse lugar que reflete algumas das piores e mais violentas facetas do ser humano.


Menções Honrosas:
Meu Pai (“The Father”) / Bela Vingança (“Promissing Young Woman”) / Collective (“Collective”) / Sem Remorso (“Without Remorse”) / O Esquadrão Suicida (“The Suicide Squad”) / Minari (“Minari”) / Um Lugar Silencioso Parte 2 (“A Quite Place Part II”) / Druk (“Druk”) / Tick, Tick… Boom (“Tick, Tick… Boom”) / Identidade (“Passing”) / Halloween Kills (“Halloween Kills”)


12 – Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (“Spider Man: No Way Home”) | EUA | Direção: Jon Watts
É preciso encontrar um espaço para o novo filme do Homem-Aranha em qualquer lista. Provável maior bilheteria do ano e ainda um exemplo de como é possível agradar os fãs enquanto conta uma história que não é refém dessas “surpresas”. Pelo contrário, usa elas como parte de uma trama consciente, eficiente e, mais do que tudo, divertida. Tudo funciona perfeitamente bem no terceiro filme do personagem do MCU. Um filme emocionante com aventura, lágrimas, adrenalina, risos e um Homem-Aranha mais Homem-Aranha do que nunca.

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